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Chapeuzinho Vermelho, o Lobo Mau e a ausência paterna

A história é no mínimo intrigante, além do lobo e do caçador, só encontramos mais três personagens

Renato Vargens - 21/10/2019 10h19

Antes de tudo quero afirmar que ao escrever o texto em questão não o fiz com objetivo de “satanizar” os contos de fada, até porque, acredito que a propagação destas histórias sejam preponderantes à maturação das nossas crianças, ajudando-as no seu desenvolvimento emocional, afetivo e relacional. Além do mais, o envolvimento por parte da criança com os diversos tipos de contos de fada, contribui para o enriquecimento cultural de nossos meninos e meninas, ampliando de forma significativa sua visão do mundo e da vida.

A história de Chapeuzinho Vermelho é no mínimo intrigante, até porque, além do lobo e do caçador, só encontramos mais três personagens, Chapeuzinho, sua mãe e sua avó. Interessante que o conto omite a existência de um pai. Se este tinha morrido ou abandonado a casa, nós não sabemos. No entanto, tenho a impressão que o fato de não possuir um pai presente, acarretou à menina, alguns sérios problemas, como por exemplo, uma vida solta e descompromissada. Junta-se a isso, o relato de que sua mãe a enviara estrada a fora, loteada de lobos ferozes que espreitavam os viajantes na floresta para devorá-los. Se não bastasse isso, a garota é incumbida da responsabilidade de levar alimentos para sua vó que estava acamada, o que aponta para uma despreocupação de sua mãe para com a segurança da filha como também a saúde da avó.

Complicado isso não é verdade? Caro leitor, tenho plena convicção que a ausência paterna contribui em muito para problemas de nossos jovens. Pais ausentes corroboram para o surgimento de marcas substanciais na vida de seus filhos. Em contrapartida, pais presentes ajudam seus filhos a superarem os drama e dilemas do cotidiano com mais facilidade. O problema é que mediante o frenesi da vida, inúmeros pais abandonam na esquina da existência aqueles que o Senhor os confiou. Fico a pensar na quantidade de crianças, pré-adolescentes e jovens que gostariam que seus pais lhe dessem um mísero minuto de atenção.

Por favor responda sinceramente: de que forma você tem lidado com o seu tempo? Por acaso você já se deu conta de que o fato de pais gastarem momentos com seus filhos contribuem significativamente para o desenvolvimento destes? Será que você entende que pais que participam da vida e da história de seus filhos cooperam veementemente para o desenvolvimento psico-social deste que em poucos anos virá ser um adulto? Posso lhe dar uma sugestão? Que tal “chutar o balde”? O que acha de se contrapor ao frenesi da vida, dedicando mais tempo aos seus filhos, investindo neles através da amizade, parceria e companheirismo? Lembre-se, criar filhos é muito mais do que suprir necessidades materiais. Criar filhos significa participar, interagir, além de viver o mundo e no mundo daqueles aos quais tanto amamos.

Pense nisso!

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 24 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É também colunista e articulista de revistas, jornais e diversos sites protestantes.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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