Renato Vargens - 18/01/2022 17h07

Influenciadas por uma teologia católica e por uma interpretação errada das Escrituras, alguns evangélicos têm defendido a ideia de que as mulheres cristãs usem véu na igreja.

Em 1 Coríntios 11:5,6 (ARA), Paulo diz: “Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada. Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o cabelo. Mas, se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-lhe usar véu.

Ora, será que esse texto está defendendo a ideia de que a mulher deve usar o véu? Claro que não!

Em primeiro lugar, é importante pontuar que, naquela cultura, “rapar” ou cortar o cabelo não era recomendado às filhas de Deus, visto que o uso dos cabelos curtos era algo comum às prostitutas.

Na verdade, nessa passagem bíblica Paulo está orientando as mulheres de Corinto a desenvolver uma atitude de submissão à autoridade eclesiástica exercida pelo homem, o que se percebe pelo raciocínio desenvolvido pelo apóstolo.

Vale a pena, pois, ressaltar que, naquela época e no contexto de Corinto, especificamente o uso do véu apontava para a submissão da mulher.

Ademais, conforme dá a entender no versículo 16, Paulo não tinha em mente estabelecer uma ordem apostólica quanto ao uso do véu nem alimentar contendas por conta disso.

Por fim, nessa perspectiva é possível afirmar que o uso de véu em nossos dias não se faz necessário.

Renato Vargens é pastor sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de Janeiro e conferencista. Pregou o evangelho em países da América do Sul, do Norte, Caribe, África e Europa. Tem 32 livros publicados em língua portuguesa e um em língua espanhola. É membro dos conselhos do TGC Brasil e IBDR.

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