O real problema do debate sobre a escala 6×1
Esquerda propôs uma alteração visando “ajudar o trabalhador”, mas esquecendo que o dinheiro que o remunera vem do trabalho
Rafael Satiê - 12/11/2024 12h32
Provavelmente esse é o debate mais acalorado dos últimos dias no âmbito público. A discussão sobre a jornada de trabalho 6×1 tomou conta das redes sociais e dos noticiários do país; mas o que muitos não percebem é que esse assunto está sendo discutido com uma premissa errada.
A esquerda propôs uma alteração na escala de trabalho visando “ajudar o trabalhador”, mas esquecendo que o dinheiro que o remunera vem através do trabalho. Menos dias trabalhados, acarretam em menos dinheiro recebido. A esquerda esquece que as pessoas saíram de uma condição de trabalho insalubre e diário durante a revolução industrial, sem descanso, pelo aumento da produtividade e não pelos sindicalistas que muito reclamam e pouco fazem.
Além disso, o caos de burocracia para realocar agenda e horário seria instalado em todas as empresas no Brasil. Muitos funcionários perderiam seus empregos ou aceitariam uma redução salarial para mantê-lo.
Então isso quer dizer que a escala 6×1 é o correto? Não, necessariamente para alguns e sim para outros. As relações entre o empregador e o emprego devem ser livres para ambos escolherem um meio-termo.
A esquerda é sempre populista e sórdida. Propor um projeto desses é atacar frontalmente o trabalhador e o sistema produtivo brasileiro. O argumento de que o trabalhador será beneficiado é pífio e irresponsável.
Somente a liberdade pode proporcionar o aumento de produtividade e de tecnologias que podem fazer o empregado trabalhar menos e receber mais. Vide a criação dos computadores pessoais que substituíram o trabalho de várias pessoas, para apenas um com uma máquina em sua casa.
A burocracia brasileira não entende que quanto mais regulamentado for, mais precárias e engessadas serão as relações de trabalho. A esquerda continua em sua fantasia de resolver as coisas na “canetada” sem entender que isso só leva ao empobrecimento e a destruição das relações econômicas que já existem hoje.
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Rafael Satiê é analista político, especialista em Comunicação e diretor de Marketing. |
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