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Muitos pregadores gostam de enaltecer o mal, o inferno, o demônio; quando na verdade eles deviam propagar em alto e bom tom a Graça de Cristo

Pr. Lucas - 23/04/2018 10h43

Meu caro leitor, muito obrigado pela sua assiduidade aqui no nosso Pleno.News.

Hoje eu estava pensando sobre a pregação do Evangelho, e me peguei observando em como as pregações são baseadas no medo e acabam produzindo cristãos fracos e amedrontados. Já pensou nisso?

Quero discutir alguns temas com você e falar um pouco sobre os frutos que essas pregações geram.

Já percebeu que quando se prega sobre a Cruz e a salvação, muitos pregadores exaltam o inferno? A gente vai ouvindo, ouvindo e chega até a sentir as chamas quentes do inferno dentro da pregação.

Já reparou? Então, algumas pessoas se convertem apenas para não ir para o inferno.

Veja bem, eu não estou dizendo que devamos ignorar o inferno. Não é nada disso. O inferno é bíblico e deve ser mencionado. Mas acredito que a mensagem deveria exaltar a obra redentora de Cristo, que nos livrou do inferno. E não exaltar o inferno como se ele tivesse roubado de nós a obra redentora de Cristo!

Entende? Minha observação é sobre a ênfase dada e não sobre o assunto da pregação.

Outro ponto é quando a Igreja quer abordar sobre a contribuição financeira, em especial o dízimo. A ênfase dada é que se você não contribuir com fidelidade, o devorador, um demônio, irá destruir todas as suas finanças. De novo a ênfase está no inferno, no demônio!

Assim, as pessoas acabam concordando em dizimar para não sofrerem os danos do devorador.

Sinceramente, tenho a sensação de que as pessoas fazem um tipo de “seguro gospel”. Me desculpe, mas não vejo a maioria dos crentes dizimar por fidelidade ou compromisso com a Obra de Deus. A maioria deles só cumpre certas coisas na tentativa de evitar as consequências. (Em outro artigo quero falar com calma sobre contribuição. Eu creio no valor dos dízimos e das ofertas, mas não com essa ênfase que os pregadores atuais colocam).

Outro assunto terrorista é a guerra espiritual entre anjos e demônios. Meu Deus… quando alguém ministra sobre isso, há momentos, durante a ministração, que parece que a qualquer momento o demônio vai aparecer e lhe destroçar! Já sentiu isso? Eu já.

Se eu creio que existem demônios? Sim! Mas não posso conceber a ideia de que exista uma queda de braço, uma luta, entre Céu e inferno. Essa é uma batalha muito desleal pro diabo: ter que enfrentar o invencível Deus! (Em outro artigo posso falar disso também).

Enfim… às vezes, eu tenho a impressão que, gerando esse medo no povo, os deixaremos tão vulneráveis que assim podemos controlá-los. Mas eu não gosto disso! Sabe por quê?

Porque vejo os apóstolos pregando uma mensagem afirmativa sobre a obra de Cristo. Eles não pregaram um Evangelho de possibilidades, mas sim um Evangelho de certezas! Se lermos a Bíblia, perceberemos que nos evangelhos dos apóstolos as pregações, as afirmações, sobre os crentes são muito sólidas!

Quando se crê, quando se recebe a dádiva da Graça, a vida é positiva. Não há medo. “No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo” (1 João 4:18). Então agora, o justo vive pela fé! (Romanos 1:17). E a fé é a certeza das coisas invisíveis (Hebreus 11:1).

Olhe essas afirmações:

“Vocês são mais que vencedores” (Romanos 8:37).
“Vocês são justificados” (Tito 3:7).
“Nós seremos arrebatados” (I Tessalonicenses 4:17).
“Somos amados” (I João 4:10).
“Somos filhos” (I João 3:1).

Olhe ainda que afirmação linda, sobre contribuir: “Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça” (II Coríntios 9:10).

Veja, a Bíblia não faz uma ênfase na possibilidade de você perder tudo aquilo que trabalhou duro para ter. Mas ela afirma que Deus é poderoso para aumentar a sua sementeira! Isso é motivador. Não é maravilhoso saber que Deus quer nos abençoar?

Aí, alguém diz:

– Mas e aquele texto que diz que quem semeia pouco, pouco colherá?

Pois bem amigo, não há um demônio roubando você por ordem de Deus, mas há sobre você mesmo a responsabilidade de determinar o quanto você quer colher. Você não perde semente, apenas colhe o que planta. E, isso é lindo!

Bom… vamos ter cuidado com aquilo que falamos. Vamos pensar no que Deus fez. Pois tudo que Ele fez e faz é bom! Meu desejo é que você tenha uma ótima semana e que Deus seja revelado ao seu coração!

Pastor Lucas nasceu em Santa Vitória, em Minas Gerais. Sua carreira de compositor começou em 2011. Há quatro anos como cantor, lançou três CDs. Congrega na Comunidade Evangélica Vida no Altar, em São Paulo. É casado com Thaisa Rahmé e pai de Gabriel e Samuel.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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