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Em uma perspectiva bíblica, eu entendo que os princípios de Deus são imutáveis; mesmo que a sociedade tenha se tornado mais liberal, ela não é o padrão que seguimos

Pr. Lucas - 26/03/2018 12h15

Leitores amados do Pleno.News, obrigado pelo carinho lendo meus textos. Eu fico muito feliz por poder cooperar com a informação e com a revelação contida na Palavra de Deus. Obrigado mesmo!

Hoje quero tratar de um tema delicado e polêmico. Quero falar sobre sexo.

É inegável que o sexo é maravilhoso e que foi feito por Deus. A Bíblia trata desse assunto em muitos textos. E em todos eles, encontramos um padrão que sinaliza o momento certo para o sexo seguro. Esse momento é o casamento.

Quero analisar com vocês alguns textos bíblicos para que você entenda o que digo:

Em Gênesis 4:1, Gênesis 4:17, I Samuel 1:19 encontramos referências ao sexo. Nesses textos, a relação sexual acontece sempre dentro do casamento. A Bíblia usa o seguinte termo: “Fulano CONHECEU sua Mulher”.

Agora quero mostrar algumas referências de sexo fora do casamento e a maneira como a Bíblia reconhece esses relacionamentos.

Em Gênesis 34 encontramos a história de Diná, filha de Jacó. Um rapaz se encantou por ela e a forçou ao sexo. A Bíblia trata esse assunto como uma desonra à mulher, como uma vergonha à família.

Já em Levíticos 21:14 a Bíblia aponta três grupos de pessoas com quem não se deve casar:

  1. Aquele que foi repudiado(a), ou seja, divorciado(a);
  2. O prostituto(a), ou seja, aquele a quem foi pago sexo sem compromisso;
  3. O desonrado(a), ou seja, a pessoa que se deitou com alguém sem o compromisso de casar-se.

Perceba que essa situação é para pessoas tanto do sexo masculino quanto do feminino. Pois, todos desses grupos já provaram do sexo, mas não estão casados.

Em I Coríntios 7, o apóstolo Paulo trata sobre casais que ainda não se casaram, mas que as coisas estão quentes em seu relacionamento. Ele os aconselha e, mais uma vez, o posicionamento bíblico para o sexo é o casamento.

Em Mateus 5:27 Jesus usa da lei escrita por Moisés, em seu mandamento, dizendo: “Não adulterarás”. Isso se trata do relacionamento sexual de alguém casado com outra pessoa que não seja seu cônjuge.

Enfim, essas são apenas algumas amostras para apontar como a Bíblia enxerga o sexo.

Mas o ponto que quero abordar, hoje, tem um viés mais delicado.

Atualmente, tentamos guardar os jovens ensinado sobre a pureza e sobre a espera pela pessoa certa. Porém, um problemão surgiu nas últimas décadas. A galera cristã não quer o casamento. Na verdade, nem sabem o que é um. A galera quer sexo e o casamento é a única forma de transar sem pecar. Então, tá valendo casar para transar.

De um lado estamos protegendo essa turminha de pecar no sexo, mas do outro estamos vulnerabilizando o casamento. E, possivelmente eles pecarão em uma estância bem maior ao optarem pelo divórcio. Digo “estância maior” não porque o pecado será maior. Não! Pecado é pecado, mas cada pecado gera um nível de consequência! Concorda?

Isso é algo que me preocupa demais! Pois, a busca pelo divórcio aumentou absurdamente, não só entre casais descomprometidos com a Bíblia, mas também entre casais cristãos.

Assim ficamos em uma sinuca de bico: queremos evitar a masturbação, a pornografia e o sexo antes do casamento, mas também queremos evitar o casamento mal planejado para não gerar o divórcio.

E, AGORA, O QUE FAREMOS?

Bom, em uma perspectiva bíblica, eu entendo que os princípios de Deus são imutáveis; mesmo que a sociedade tenha se tornado mais liberal, ela não é o padrão que seguimos!

Agora… as boas famílias que ainda existem nesta Terra, mesmo que não sejam comprometidas com a Bíblia, acabam optando por padrões que se assemelham à Bíblia, porque o padrão de Deus é perfeito e harmonioso.

Eu, como um pastor de jovens, e também como um jovem, passei pelos desafios que essa juventude passa e também caí em muitos dos erros que eles, que vocês, também caem!
Nunca subi ao púlpito os acusando de pecadores e também nunca me posicionei como alguém que nunca errou. Não quero passar a imagem de um cara que anda em um nível inatingível. Não! Eu sou apenas um cara normal que decidiu lutar para andar na Justiça que me justificou!

Agora… vou dizer aqui, minha opinião pessoal sobre como estou encarando esses assuntos na Igreja de Cristo nestes dias.

Compreendo que se os princípios de Deus são inegociáveis e inalteráveis, eu não quero cometer o erro de ficar procurando na Bíblia algum texto fora do contexto que me proponha um pretexto para pecar, nem para aliviar meu pecado !

Então, eu entendo que ainda é pecado: masturbação, fornicação, pegação, ficar, pornografia, traição, adultério, divórcio, homossexualismo e tantos outros pecados que estão de alguma forma ligados ao sexo. Lembrando que neste artigo estou abordando um tema que fala sobre sexo. Nem eu, nem a Bíblia consideramos pecado somente atos sexuais ilícitos.

Tudo isso é um fato. Agora… eu, com essa carinha de bobo, não vou tapar o sol com peneira! Eu sei que a maioria dos nossos jovens e adolescentes peca se masturbando, ou em pornografia, ou em fornicação. E se não construirmos as bases certas, eles pecarão se divorciando ou adulterando.

Partindo dessa realidade, tomei alguns posicionamentos com os jovens que lidero e gostaria de expor esse trabalho, mesmo sabendo que posso ser malcompreendido por alguns. Já que estabeleci a base daquilo que a Bíblia considera pecado, então eu quero trabalhar sobre as consequências desse pecado. Sendo assim, eu gostaria de simular as consequências possíveis dentro de alguns tipos de pecado.

Pecado da fornicação:
Uma vez que duas pessoas decidem transar sem se casar, temos a quebra de uma virgindade, temos uma família desonrada, temos um ato irretornável, temos princípios milenares sendo quebrados.

No caso de um jovem cristão, ele não é incentivado a carregar preservativos na carteira, porque está se guardando. Logo, ele terá relações sexuais de forma desprotegida, isso poderá ocasionar uma gravidez indesejada e prematura, então teremos futuros abortados. Talvez, uma garotinha solteira, um rapaz que fugiu da responsabilidade e uma trauma emocional enorme. Também teremos um filho indesejado, quando não um aborto. E, por fim, poderemos ter uma criança crescendo sem a menor estrutura familiar.

Pecado da masturbação:
A grande ênfase nesse pecado, não está no ato em si, mas sim nas fantasias que precisam ser geradas para tornar o ato prazeroso. Muitas vezes, acaba ocorrendo a busca pela pornografia, isso faz com que a mente fique poluída. No pior dos casos, poderá haver uma consequência em um relacionamento sexual futuro.

No caso do homem, a masturbação proporciona um tipo de pressão feita pelas mãos em seu pênis; pressão essa que a vagina de uma mulher não dará, o que pode acarretar uma desmotivação sexual.

Pecado da pornografia:
A pornografia é terrível e pode produzir sérias consequências. O fato de um indivíduo estar em extrema particularidade, pode aguçar interesses fora do padrão, isso pode construir um perfil de desejos que será difícil realizar na vida normal. A pornografia pode construir um padrão sexual a partir da proposta virtual. Então, em seu futuro relacionamento, esses padrões podem não caber, e aí teremos uma vazio sexual que poderá ocasionar em traição ou em fatores mais sérios, dependendo do padrão de desejo.

A internet proporciona prazer sem crivos e limites. Você pode simular incesto, sexo a três, sexo com animais, sexo brutal, pedofilia etc. Ou seja, todo tipo de padrão pode ser construído virtualmente e, certamente ele terá uma reflexo na vida real.

Pecado do divórcio:
Aqui as consequências são as mais devastadoras… Um casamento mal construído pode terminar de forma muito triste. Um divórcio pode ocorrer por traição, o que pode gerar um ciúme fatal, pode haver até morte. Também há separações que se dão por causa dos bens financeiros; há casos em que a mulher ou o marido é trocado por alguém mais novo, há casos em que o cônjuge é traído inúmeras vezes, e as marcas e os traumas que ficam são terríveis. Existem situações em que há suicídio, os filhos sofrem absurdos e são condenados a carregarem um trauma para sua vida toda; há casos em que os filhos são afetados em seus relacionamentos amorosos no futuro! São sérias as consequências!

Um divórcio envolve os pais dos cônjuges, envolve os filhos! Gerações são afetadas, os antecedentes e a descendência sofrerão os traumas de um divórcio. É algo terrível!

Bem… pensando nisso, nos meus últimos aconselhamentos, eu tenho trabalhado à lei da menor consequência. Não posso evitar algumas coisas, então para preservar o mais importante, tenho trabalhado com a lei da menor consequência! Tenho deixado claro que todos os atos são pecados. Tenho deixado claro que todo pecado tem sua consequência, então quando preciso ajudar um jovem, tenho trabalhado a ideia da lei da menor consequência. Como é isso? A verdade é que não posso tratar com o mesmo peso a fornicação e a masturbação, como também não posso tratar dando o mesmo peso à fornicação e ao adultério.

Sinto que precisamos preparar essa geração para corrigir alguns erros que cometemos por falta de diálogo entre a Igreja e a família. Então, é necessário fazermos fóruns de discussão, é necessário discutir esses assuntos no seio da sua família, porque o mundo está falando abertamente com nossas crianças e jovens. E, nós, como Igreja e pais, não podemos deixar o mundo gritando enquanto fazemos silêncio.

Quero deixar bem claro que não estou fazendo apologia à masturbação. Aliás, não se faz necessário, a galera faz isso sem precisar de incentivo. O que quero abordar aqui é a lei da ação e reação… se tomarmos a medida certa, não vamos apenas proteger os jovens, mas também os pais e os futuros filhos. Assim, estaremos preservando a família e as estruturas que a envolvem. O que estamos falando é de uma visão sobre as gerações que estão e virão!

O pecado não pode ser minimizado nem maximizado. Mas as consequências podem ter níveis menores e maiores. Então, peço aos pastores que abram esses fóruns de debate em suas igrejas e vamos purificar nossa geração!

Os padrões de Deus não evitaram o pecado no mundo, mas guardaram muitos homens que vivem nele! Os princípios de Deus são nada mais, nada menos, que um estilo de vida saudável, ético e moral, que proporcionam saúde nas relações humanas.

Eu sei que o assunto é bem mais profundo, mas começar a falar dele, já é um começo. Que assim seja.

E, pra mim, a solução é diálogo aberto, é papo reto!

Pastor Lucas nasceu em Santa Vitória, em Minas Gerais. Sua carreira de compositor começou em 2011. Há quatro anos como cantor, lançou três CDs. Congrega na Comunidade Evangélica Vida no Altar, em São Paulo. É casado com Thaisa Rahmé e pai de Gabriel e Samuel.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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