O Hamas precisa acabar
O grupo terrorista afirma, em seu estatuto, que “Israel existirá até que o Islã o faça desaparecer”
Pedro Augusto - 06/10/2025 10h09

Se o comunismo escreveu manifestos prometendo um paraíso na Terra (e entregou gulags), o Hamas resolveu ser mais criativo: fez um estatuto inteiro prometendo o apocalipse. E não é força de expressão.
Logo na abertura de seu estatuto diz: “Israel existirá até que o Islã o faça desaparecer.” Nem ONU, nem negociações, nem paz, aqui o projeto é teológico, e o deus que eles invocam, curiosamente, parece mais interessado em limpeza étnica do que em misericórdia.
O Artigo 13 é uma verdadeira ode ao radicalismo: “Não há solução para o problema palestino a não ser pela jihad.” Ou seja, enquanto o mundo fala de conferências de paz, eles falam de guerra santa.
Diplomacia? Só se for feita com foguetes caseiros e túneis sob hospitais. E ainda chamam as negociações de “farsa”.
Ironia: a única farsa que realmente funciona é a deles, que posam de vítimas enquanto pregam abertamente o extermínio de um povo inteiro.
E para garantir que ninguém no movimento se sinta tentado a negociar, vem o Artigo 11: “A Palestina é um wakf, um legado religioso até o Dia da Ressurreição”. Traduzindo: não é terra, é altar. E altar, segundo eles, não se divide.
O problema é que esse “altar” virou desculpa para transformar cada praça e cada escola em campo de batalha.
Mas nada se compara ao Artigo 7, que parece ter saído de um roteiro de terror medieval: “A hora do julgamento não chegará até que os muçulmanos matem os judeus, até que as árvores gritem: ‘Ei, tem um judeu atrás de mim, venha matá-lo’.” Eis o romantismo revolucionário do Hamas — a natureza participando do genocídio.
Orwell ficaria com inveja: na distopia deles, até as pedras têm boca, e só para dedurar judeus.
E como todo bom delírio político, não poderia faltar a teoria da conspiração universal. No Artigo 22, os judeus são acusados de estar por trás da Revolução Francesa, da Revolução Comunista, da Primeira Guerra Mundial, da Segunda Guerra Mundial, dos Rotary Clubs e, quem sabe, do preço do quilo da cebola em Gaza. É sempre útil ter um bode expiatório, e eles escolheram o mesmo há 2 mil anos.
Agora, quando o Hamas fala de “solidariedade racial” e “socialismo nacional”, é impossível não notar a semelhança com outra ideologia que também prometeu destruir os judeus e também transformou a política em religião: o nazismo. O mesmo espírito totalitário que não aceita negociação, só extermínio. A diferença é que, em 7 de outubro de 2023, eles mostraram o quanto levam a sério esse estatuto. Sequestro e massacre de civis: nada disso foi “acidente de guerra”, foi o cumprimento literal de uma teologia de morte.
O Hamas adora repetir que, sob o Islã, “todas as religiões podem coexistir em paz”. Claro, desde que todas aceitem viver sob a sua lei, no seu Estado, sob o seu chicote. Uma paz digna de cemitério.
No fundo, o estatuto do Hamas não é apenas um documento político. É um obituário escrito com antecedência: para Israel, para os judeus e, ironicamente, para o próprio povo palestino, condenado a viver sob líderes que trocam hospitais por bunkers e livros didáticos por manuais de ódio.
Enquanto isso, o mundo civilizado ainda finge que dá para conversar com quem escreve em letras maiúsculas que não aceita conversar.
O Hamas precisa acabar.
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Pedro Augusto é formado em Teologia pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro e também em Jornalismo. |
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