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Valores inegociáveis estão acima dos interesses políticos

Para nós, cristãos, compreender essa verdade é algo extremamente importante

Marisa Lobo - 25/01/2022 14h41

Bolsonaro em cerimônia alusiva ao Centenário da Convenção de Ministros e Igrejas, na Assembleia de Deus no Pará Foto: Isac Nóbrega/PR

O número de cristãos na política tem crescido significativamente, incluindo o de pastores e de outras lideranças. Nesse contexto, algumas vezes é difícil conciliar certos interesses, uma vez que a militância político-partidária nem sempre está de acordo com os valores inegociáveis do cristianismo bíblico.

Um simples Projeto de Lei (PL), por exemplo, pode entrar em choque com os princípios bíblicos. Logo, ser contra ou favorável a este PL é algo que exige um posicionamento coerente por parte do cristão. E isso vale não apenas para o político profissional, mas também para todos os cidadãos que possuem a responsabilidade de eleger os seus representantes.

Para nós, cristãos, compreender essa verdade é algo extremamente importante, pois existem valores inegociáveis dos quais não podemos abrir mão na hora de posicionar-nos. E muito embora alguns defendam a tese de que políticos devem fazer separação entre religião e Estado, essa concepção não reflete a realidade legal nem mesmo racional sobre o tema. Isto porque o político eleito representa os seus valores, crenças e princípios, de modo que ele pode defender o que acredita, incluindo a sua fé.

Desse modo, a laicidade do Estado não impede, por exemplo, que eu, como presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Paraná, deixe de falar sobre Jesus, pautando-me em Seus ensinos para decidir qual é a visão do meu partido.

Por outro lado, a laicidade consiste em garantir que todas as religiões possam coexistir pacificamente, sem privilégios e discriminação por parte dos governantes – embora, no âmbito da política, seja natural que a maioria ali representada consiga influenciar mais as decisões que são de caráter regional ou nacional.

Uma coisa absolutamente inegociável para mim é a defesa da vida desde a concepção. Ou seja, sou contra o aborto, assim como sou contra a descriminalização das drogas e da união (casamento) homossexual, reconhecida pelo Estado, pois entendo que esses posicionamentos refletem princípios cristãos – entre os quais o da família tradicional, composta por homem e mulher.

Politicamente falando, portanto, eu jamais poderia negociar esses princípios em nome de interesses partidários, a fim de aprovar ou não um Projeto de Lei ou coisa similar, pois a minha fé em Jesus Cristo e o meu compromisso com Ele, como cristã, estão acima de qualquer perspectiva terrena proposta pelo Estado, por grupos ou por pessoas.

Entendo que essa visão está de acordo com o que o apóstolo Paulo diz em Romanos 12:1,2 (NVI), onde está escrito: “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

No meu entendimento, essa é a perspectiva que todo cristão deve ter, mesmo estando dentro da política, pois qualquer coisa diferente disso é servir mais aos homens do que a Deus, e essa não pode ser a atitude de quem realmente segue Jesus.

Portanto, se os seus valores são inegociáveis, defenda-os acima de qualquer coisa; custe o que custar!

Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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