Relatório: Facilitar transição de gênero sem autorização dos pais não reduz suicídio
Estudo diz que crianças estão em melhor situação se não puderem tomar grandes decisões de vida
Marisa Lobo - 17/10/2023 11h45
Políticas de facilitação para a transição de gênero em menores de idade vêm se espalhando pelo mundo, incluindo a eliminação da necessidade de que os pais autorizem o início de procedimentos como a utilização de bloqueadores de puberdade e ingestão de hormônios cruzados.
O principal argumento levantado pelos defensores dessas medidas é de que o início do “tratamento” para a disforia de gênero pode evitar casos de suicídio entre o público LGBT+. Essa tem sido a posição dos simpatizantes do ativismo de gênero, especialmente dos seus militantes.
Mas, um detalhado relatório publicado pelo principal pesquisador da Heritage Foundation, fundada há 50 anos, aponta justamente o contrário: “Os esforços para reduzir as barreiras legais para que os menores recebam intervenções médicas entre sexos não reduzem as taxas de suicídio e provavelmente levam a taxas mais altas entre os jovens em estados que adotam essas mudanças”.
Citando os locais onde a transição de gênero é autorizada para menores, sem o consentimento dos pais, o Dr. Jay P. Greene conclui que “os estados devem apertar os critérios para receber essas intervenções, incluindo o aumento da idade mínima de elegibilidade”.
Em vez de facilitar o acesso dos menores a tratamentos de afirmação de gênero, Greene diz que os governos “devem adotar leis de direitos parentais que afirmem que os pais têm responsabilidade primária por seus filhos, e que exigem que as escolas recebam permissão dos pais antes de administrar serviços de saúde aos alunos, incluindo medicação e aconselhamento relacionado ao gênero a estudantes menores de 18 anos”.
Precipitação prejudicial
O relatório da Heritage Foundation apoia o que eu e outros autores estamos alertando há anos: menores confusos com a sua identidade sexual/gênero precisam de compreensão quanto às verdadeiras causas dessa confusão, tempo de amadurecimento e suporte familiar.
Isso, porque, não por acaso, outros estudos já demonstraram que ao menos 85% desses menores conseguem superar a disforia com o passar do tempo, voltando a se reconhecer em harmonia com o próprio sexo biológico.
Isto significa que qualquer intervenção clínica em casos desse tipo pode ser precipitada, não surtindo os efeitos positivos esperados e, pior ainda, podendo provocar um efeito contrário no futuro, resultando daí a não redução das taxas de suicídio.
Conclusão
Fico feliz em saber que há grandes pesquisadores pelo mundo, sérios, reconhecendo os riscos de uma intervenção clínica precoce de afirmação de gênero em menores de idade. Isso reforça, cientificamente, os alertas que escrevi nos livros Famílias em Perigo e A Ideologia de Gênero na Educação.
Finalizo, então, reproduzindo a orientação do Dr. Jay P. Greene, que foi enfático ao dizer que a sua pesquisa “acrescenta à sabedoria bem estabelecida de que as crianças estão em melhor situação se não puderem tomar grandes decisões de vida sem o envolvimento e a permissão dos pais”.
Os pais, portanto, não o Estado, juízes ou “professores”, segundo o Dr. Greene, “estão melhor posicionados do que qualquer outra pessoa, incluindo as próprias crianças, para entender as necessidades de seus filhos ao tomar decisões importantes”.
*Para conferir o relatório citado no texto, clique aqui.
Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior. |
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