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O preço que os pais devem pagar para proteger seus filhos

O mundo ao seu redor o "empurra" para agir conforme a maioria

Marisa Lobo - 21/09/2021 16h47

O preço que os pais devem pagar para proteger seus filhos no mundo atual Foto: Pixabay

É muito comum, no meu caso, ver uma grande quantidade de pais aflitos com a educação dos seus filhos. Durante todos esses anos ministrando palestras dentro e fora do Brasil, pude ver o quanto esse tema afeta o dia a dia das famílias, em todos os aspectos e independente da classe social.

Contudo, essa é uma preocupação muito mais presente nos lares cristãos. Obviamente, isto ocorre porque a maioria dos valores ensinados pelo cristianismo vai de encontro a muito do que tem sido propagado pela cultura atual, e é neste ponto que vemos a angústia de pais e de mães que precisam saber educar crianças e adolescentes nesse ambiente tão desafiador.

Dito isso, quero no artigo desta semana fazer uma pontuação bastante realista, a qual poderá soar muito mais desafiadora do que reconfortante. Trata-se do preço que você, como pai ou mãe, avô ou avó, precisa pagar para conseguir cumprir a função de proteger as crianças no mundo atual.

UM ESFORÇO DOBRADO
Diferente do passado, quando não tínhamos à disposição aparelhos celulares que trazem consigo um mundo de informações, atualmente qualquer criança consegue “sair” de casa para explorar o universo exterior. Basta apenas uma conexão com a internet em um aparelho telefônico ou computador.

Com isso, já indicamos o primeiro grande desafio: a restrição do uso precoce de aparelhos celulares. Proibir que crianças usem precocemente o aparelho celular pode ser um sacrifício monumental, pois os pais lidam não apenas com a pressão exercida pelo menor, como também pela sociedade.

O mundo ao seu redor o “empurra” para agir conforme a maioria, e muitas vezes essa pressão vem da própria casa, dos familiares. Resistir a isso, portanto, exige mais conhecimento do que o senso comum e alguns sacrifícios, como não se importar em parecer “careta” ou “muito exigente”, por exemplo.

O que os pais precisam ter em mente é que, além dos riscos morais envolvidos no acesso precoce da criança à internet (naturalmente por falta de maturidade dela para lidar com certos conteúdos), existem prejuízos físicos, como problemas de visão, obesidade e até o chamado “autismo virtual”.

Outro preço a ser pago pelos pais/cuidadores diz respeito à dedicação dobrada de tempo para poder acompanhar o que os filhos acessam na internet, ouvem no rádio ou assistem na TV. Esses últimos até se tornaram mais preocupantes, visto que o volume de conteúdo também aumentou com a popularização do streaming. A Netflix está aí como prova.

Isto significa que, diferente de décadas atrás, deixar os filhos sozinhos em um quarto da casa não é mais sinônimo de segurança. Eles podem estar fisicamente protegidos, mas emocional e psicologicamente expostos a todo tipo de conteúdo que possa vir a prejudicá-los agora ou apenas anos mais tarde.

Portanto, se pudermos dar nomes ao “preço” que os pais devem pagar para proteger os filhos no mundo atual, estes nomes seriam dedicação, atenção e acompanhamento.

Mais do que nunca, a família atual precisa estar literalmente conectada, mas não pela internet, e sim pelos vínculos afetivos capazes de transmitir segurança, conhecimento e valores aos menores.

É isso o que tem existido em sua casa? Se não for, espero que este artigo tenha contribuído para fazê-lo enxergar a necessidade de mudança. Comece hoje mesmo, sem perder mais tempo, pois, em matéria de cuidados em prol da vida dos nossos filhos, cada minuto faz diferença!

Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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