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O globalismo e a sociedade: É preciso desconstruir para controlar

A doutrinação político-ideológica passa pela desconstrução das identidades individuais e nacionais

Marisa Lobo - 24/05/2022 12h15

O globalismo e a sociedade: É preciso desconstruir para controlar Foto: EFE/ Bienvenido Velasco

Nunca antes vivemos em uma geração em que a preocupação com o controle social fosse tão acirrada, urgente e extremamente preocupante. Nesse contexto, o globalismo – não confunda com globalização – possui um papel central e está diretamente relacionado ao modo de vida da população.

Se, por um lado, o avanço tecnológico nos trouxe várias facilidades e conquistas, por outro, ele também tem servido para o uso de ferramentas que podem ser utilizadas para nos controlar, perseguir e punir. Esse é um dos riscos da digitalização financeira e do uso de chips de geolocalização e armazenamento de dados, por exemplo.

Entretanto, antes de qualquer controle social mais explícito e agressivo, existe a doutrinação político-ideológica. Em ditaduras comunistas como China e Coreia do Norte, por exemplo, a propaganda governamental é utilizada com essa finalidade; “educar” o povo a se submeter ao que é determinado pelo regime.

No globalismo não é diferente. Lidamos com uma espécie de regime, porém invisível, onde não há apenas um nome ou governo específico em seu comando, mas pessoas, grupos, organizações e governos diferentes, todos atuando em conjunto para a implementação de um modelo político-ideológico alinhado e universal.

Podemos citar o aborto, a ideologia de gênero, a pauta climática como exemplos de agendas trabalhadas pelos globalistas em ampla escala. O “amor” como elemento substituto das doutrinas religiosas milenares também parece como parte desse processo; a nova religião da humanidade que não admite mais a figura do Deus criador, bíblico e pessoal.

Desconstruir para controlar
A doutrinação político-ideológica passa pela desconstrução das identidades individuais e nacionais. Assim, é preciso retirar da população a sua herança cultural, o que significa os seus princípios, valores, conhecimentos e tradições que sustentam o modo de vida social que não interessa aos objetivos da nova agenda.

Em seu livro A Identidade Cultural na Pós-Modernidade, o teórico cultural e sociólogo Stuart Hall fez uma citação do grande Roger Scruton, na qual a sua colocação retrata muito bem a importância das identidades locais; nossa cultura e os nossos valores enquanto povo e indivíduo. Veja:

“A condição de homem exige que o indivíduo, embora exista e aja como um ser autônomo, faça isso somente porque ele pode primeiramente identificar a si mesmo com algo mais amplo – como um membro de uma sociedade, grupo, classe, estado ou nação, de algum arranjo, ao qual ele pode até não dar um nome, mas que ele reconhece instintivamente como seu lar”.

Isto é, somos frutos daquilo com o quê, ou quem, nos identificamos. Somos brasileiros porque a nossa identidade nacional é o Brasil, assim como somos cristãos porque a Bíblia Sagrada é o nosso manual de fé e prática, e dela herdamos a tradição judaico-cristã construída ao longo de milênios.

Contudo, se essas identificações contrapõem à agenda globalista, então devem ser eliminadas ou, em parte, desconstruídas, pois só após a eliminação das barreiras identitárias é possível fazer com que as pautas do globalismo sejam implementadas com sucesso.

É aqui onde a doutrinação político-ideológica cumpre o seu papel. Para isso, existe uma classe inteira de pessoas composta por empresários, influenciadores, ativistas, artistas, professores, intelectuais e outros que exercem ativamente a função de conduzir a sociedade no sentido da aceitação incondicional dessa agenda global.

Conclusão
Como podemos notar, o globalismo não tem nada a ver com avanço cultural ou “bem comum”, mas com a imposição de uma agenda político-ideológica que visa, em última instância, o controle social, porém, falsificado pela ideia de pluralidade, desenvolvimento e paz entre os povos.

Nós, cristãos, a Igreja e os conservadores em geral, somos uma barreira contra esse regime invisível e universal. É por isso que os ataques contra os nossos valores, organizações e governos fundamentados em heranças históricas estão sendo intensificados.

A articulação é sistêmica, poderosa e global, mas a nossa função é continuar resistindo, alertando e mostrando ao mundo que nada poderá retirar ou desconstruir a nossa fé, custe o que custar, pois a verdade continuará prevalecendo sobre o império do mal, e a defenderemos com o próprio sangue se for preciso.

Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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