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O cristão deve ser um agente ativo nas questões políticas do seu país

O inimigo sabe que a nossa atuação traz a luz da Palavra de Deus ao conhecimento público

Marisa Lobo - 14/09/2021 13h59

O cristão deve ser um agente ativo nas questões políticas do seu país Foto: Unsplash/John Price

Uma das coisas mais difíceis e polêmicas no seio da igreja é abordar assuntos que envolvem a política. Acredito piamente que isso se deve ao fato de que, por muitas décadas, a igreja cristã foi alijada dos debates sociais por falta de conhecimento e por discriminação pública, bem como pela omissão e por equívocos de alguns dos nossos próprios representantes.

Em primeiro lugar, precisamos fazer algumas distinções aqui, a fim de esclarecer uma confusão muito comum quando se fala da relação entre o cristão e a política. Ela diz respeito à impressão que muitos têm de que defender o envolvimento dos cristãos nesse tipo de debate significa que estaríamos defendendo também trazer a política para dentro da igreja. Não é isso!

A relação entre o cristão e a política da qual falamos se refere ao interesse que nós, como igreja, devemos ter sobre os assuntos que dizem respeito à sociedade em geral, uma vez que nós, como cidadãos, também fazemos parte dela. Isso não significa que um cristão não possa se candidatar a cargos políticos, seja ele quem for. Significa apenas que, como cidadão, todo cristão deve ser um agente participante da vida pública.

Alguns irmãos de fé alegam que Jesus, nas passagens de Mateus 22:15-22, teria deixado claro que a Igreja não deve se envolver com assuntos governamentais. Eles enxergam que, ao dizer “dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”, Jesus estaria fazendo essa separação entre a política e a vida cristã, mas esse entendimento é um equívoco, pois o ensino indica justamente o contrário.

Naquela ocasião, Jesus estava sendo testado a mando dos fariseus. Eles queriam ver se o Senhor incitaria os seus discípulos contra a autoridade do governo local e, para isso, usaram como exemplo o pagamento dos impostos, algo que era visto como abusivo por grande parte da sociedade, especialmente os mais pobres. Cristo, no entanto, reconheceu a “malícia” (v. 18) deles, fazendo então a famosa declaração: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.

Com isso, Jesus apontou que muito embora a igreja esteja sob a autoridade suprema de Deus, ela também deve cumprir as suas obrigações aqui, na terra. Na prática, isto é o reconhecimento de que nós, cristãos, não podemos viver alheios aos assuntos públicos; antes, devemos fazer a nossa parte no tocante à forma como são administrados, inclusive contribuindo para isso.

Por outro lado, também devemos entender que tais assuntos (políticos) não se confundem e não se sobrepõem ao governo de Deus sobre nossa vida. Essa compreensão é o que nos permite transitar na vida pública sem que percamos o nosso norte espiritual, que é o Reino de Deus. É exatamente isso o que as Escrituras nos ensinam, por exemplo, por meio da vida de José, o décimo primeiro filho de Jacó.

José, apesar de tudo o que viveu no Egito, das tentações que enfrentou e das oportunidades que teve, não se curvou aos falsos deuses de Faraó. Ao contrário, ele foi um instrumento nas mãos de Deus para influenciar todo o império, tornando-se uma das maiores autoridades da sua época. Já pensou se ele tivesse dito “não, não posso me envolver com assuntos políticos”?

Portanto, o cristão deve, sim, ser um agente ativo nas questões políticas do seu país, o que significa não apenas se interessar pelo que está sendo debatido na vida pública, mas também participar desse debate, influenciando a sociedade, assim como fizeram alguns dos grandes patriarcas da fé.

O mundo secular não deseja isso de nós, pois o inimigo sabe que a nossa atuação traz a luz da Palavra de Deus ao conhecimento público, a exemplo do que vemos hoje, quando pastores ocupam ministérios no governo federal, sendo eles próprios instrumentos para influenciar a nação.

Agora que você sabe disso, tem duas escolhas: continuar omisso ou ser como José. Qual é a sua decisão?

Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.

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