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Nenhuma mulher deve ter a sua imagem retratada como a de um objeto sexual

Que façamos jus ao direito intrínseco de sermos tratadas com o devido valor

Marisa Lobo - 08/03/2022 12h33

Neste Dia Internacional da Mulher, quero tratar de algo que acabou vindo à tona nos últimos dias, após o fatídico episódio de um deputado paulista que teve áudios vazados, nos quais faz comentários de conotação sexual sobre as refugiadas ucranianas. Esse é mais um caso de objetificação da figura feminina. O que é lamentável!

Como presidente do Movimento Nacional Pró-Mulher, divulguei uma nota registrando a minha profunda indignação e repulsa pela forma como o deputado Arthur do Val (Podemos-SP) se referiu às ucranianas como mulheres “fáceis”, por serem “pobres”.

As palavras do parlamentar revelaram uma absurda insensibilidade e desrespeito para com as mulheres não apenas ucranianas, vítimas inocentes de uma guerra que tem retirado a vida dos seus familiares; mas com todas nós, uma vez que elas reduzem a figura feminina a nada mais do que uma espécie de objeto de consumo masculino.

Mais do que isso, os comentários de Arthur do Val, na condição de deputado da cidade mais importante do Brasil, que é São Paulo, prejudica até mesmo a imagem do Brasil em um contexto tão delicado como o atual. Não por acaso, o episódio virou notícia em um dos maiores jornais do mundo, o The Guardian.

Com base nisso, entendo que a continuidade de Arthur do Val como deputado pelo estado de São Paulo significará desonra para os paulistas e para o Brasil. E sobretudo, para a mulher brasileira, que teve a sua imagem inferiorizada nos comentários do parlamentar, sendo isso inaceitável para alguém que representa a nossa população.

Também quero destacar que nenhuma mulher deve aceitar ter a sua imagem reduzida a uma espécie de objeto de consumo de predadores sexuais doentios, verdadeiros seres insensíveis, não importando a sua origem, aparência ou condições socioeconômicas.

Somos muito mais do que um corpo. Somos mães, irmãs, esposas, profissionais qualificadas; que também movimentam o mundo; donas de casa cuja imagem deve ser sinônimo de respeito e admiração pelo que somos, acima de tudo, como pessoas e pelo simples fato de sermos mulheres.

Neste Dia da Mulher, portanto, que façamos jus ao direito intrínseco de sermos tratadas com o devido valor, sem abrirmos mão de uma vírgula de respeito pelo que somos como filhas de Deus, primeiramente, e também como cidadãs dentro ou fora do Brasil. Parabéns a todas nós, mulheres!

Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.

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