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Marque seus filhos senão a sociedade o fará

A cultura dita formas de viver e de se relacionar com a sociedade e com o mundo, mas não tem direito de desconstruir a identidade de seu filho ou filha

Marisa Lobo - 28/12/2019 08h09

A formação da identidade da criança é um processo permeado por perguntas e indagações como: “Quem sou eu?”; “Como eu sou?” O ser humano, desde o seu nascimento, está em constante transformação e aprendizado. A criança é um ser em total construção. Logo cedo, o bebê começa a se perceber como sujeito e a obter consciência corporal para se desenvolver e se organizar no espaço, já que ao nascer, a criança está totalmente ligado à mãe e não compreende os limites que os separam.

Durante o primeiro ano de vida, aproximadamente por volta dos seis aos oito meses, mais ou menos, a criança percebe que é um ser separado da mãe, iniciando o processo de construção da própria identidade. Desde o ventre da mãe, este ser único é formado e já começa a ter suas primeiras impressões do mundo, começa a ser marcado pelo outro. O desejo do pai e da mãe, da família, tem influência psicológica e emocional nessa criança.

Todas essas vivências, experiências dão início à autodescoberta, uma exploração que permite à criança descobrir como seu comportamento repercute no ambiente, fator essencial para que ela se perceba como alguém diferente do outro.

Estimule seu filho(a) a descobrir essas diferenças do sexo oposto. Símbolos são importantes para a formação da identidade das crianças. Dizem hoje, na contemporaneidade, que não devemos simbolizar as crianças, devemos deixá-la fluir, que suas pulsões encontrem o caminho, ou seja “gire a roleta e tire a sorte”. Porém, em minha experiência, sugiro o oposto, devemos, já antes do nascimento, assim que os pais, a mãe, a família, sabem da gravidez, fortalecer a identidade do futuro bebê. A identidade está sendo formada com a ajuda de estímulos externos e internos, com freqüência, essa futura criança deve ser simbolizada, com amor e carinho, conforme o seu sexo de nascimento, simbolizando seu gênero em concordância com o nascimento.

A Ciência respalda uma grande verdade: toda criança tem a probabilidade de desenvolver características psicológicas do sexo a que pertence. A Biologia determina o que é ser homem e ser mulher. O meio pode desligar essa verdade, a cultura dita formas de viver e de se relacionar com a sociedade e com o mundo, mas não tem o direito de desconstruir a identidade de seu filho ou filha, de nossas crianças.

Menino nasce menino, menina nasce menina, isso é o que a Biologia determinou. Há inúmeros dados biológicos que provam essa máxima. Os signos e símbolos são extremamente importantes na construção da sua identidade social e sexual. Devemos lembrar que por trás dessa insistência em ignorar as simbologias, o papel fundamental da Biologia, os papéis sociais de cada sexo, há uma ideologia política da diversidade de gêneros que tende a conflitar e perturbar o entendimento e a construção positiva de sua identidade.

A Ciência respalda uma grande verdade: toda criança tem a probabilidade de desenvolver características psicológicas do sexo a que pertence

A ideologia de gênero é um gerador de conflitos de identidade. Os papéis exercitados em casa são, em parte, culturais e fazem parte do senso comum. Estão no arquétipo do inconsciente de cada sujeito, é coletivo, e em parte é uma inscrição da natureza humana e não pode ser ignorado. Quando confundimos esses papéis, que são carregados de simbolismos necessários para o desenvolvimento saudável infantil, a criança pode psicotizar.

O conceito de identidade pode ser definido como um conjunto de aspectos individuais que caracteriza uma pessoa. No entanto, ela se estrutura ou se desestrutura a partir das relações sociais, que pode se compreender como o processo de permanente mudança que os encontros nos possibilitam. A formação de identidade está associada com o pensar no coletivo que habita cada pessoa (identidade social). Somos aquilo que se define no agora, o que trazemos da biologia, da genética, o que trazemos de nossas experiências anteriores de infância e o que está por vir, ou seja, o que também projetamos.

A cada encontro, o que perpassa pela transformação pessoal do humano? A questão é como e o que esse outro tem marcado na identidade de seu filho? Se você não marcar seu filho com sua visão de mundo, seus princípios, sua fé, que é de direito, o mundo vai distorcer todos os seus valores, morais, sociais, pela transformação negativa de sua mente.

Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior.

 

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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