Djokovic: Um símbolo de liberdade contra o autoritarismo sanitário mundial
A vitória judicial de Djokovic causa um impacto que vai muito além do mundo esportivo
Marisa Lobo - 11/01/2022 14h15
A Justiça australiana finalmente decidiu conceder o visto de entrada na Austrália ao tenista sérvio Novak Djokovic, após o atleta ficar alguns dias literalmente “preso” em uma detenção migratória pelo simples fato de não apresentar um “passaporte vacinal” contra o novo coronavírus. Com a decisão, o número 1 do mundo do tênis agora poderá disputar o Australian Open, um dos torneios mais importantes do planeta.
Para quem preza pelos direitos básicos humanos, como o da liberdade em poder decidir se vacinar ou não, a vitória judicial de Djokovic causa um impacto que vai muito além do mundo esportivo. Como eu já havia predito em minhas redes sociais, o caso se transformou em um símbolo de liberdade contra o autoritarismo sanitário mundial.
Isso porque, a persistência de Djokovic para conseguir entrar na Austrália e poder exercer o seu trabalho dignamente serviu para expor ao mundo o quanto políticas de passaporte sanitário servem, na verdade, muito mais para segregar do que para promover a saúde coletiva, sobretudo em um contexto de pandemia onde já sabemos que os vacinados também transmitem o coronavírus e estão suscetíveis à contaminação pelo vírus.
Djokovic demonstrou resiliência ao não abrir mão da sua liberdade de decidir sobre sua própria vida e, agora, pode disputar o Australian Open, algo que ele poderia facilmente abandonar, uma vez que, financeiramente, não depende mais do torneio para se manter. O atleta já possui fama e estabilidade econômica suficiente para interromper até mesmo a sua carreira, se assim desejar.
No entanto, em vez de abandonar o torneio, o que também poderia servir como uma mensagem de protesto, Djokovic resolveu lutar por sua liberdade, ensinando ao mundo que esse é o caminho que todos nós devemos tomar em situações como essa. Não por acaso, ao sair da “prisão”, o tenista foi ovacionado por parte da população australiana e mundial, tanto através das mídias sociais como presencialmente.
A lição que fica é a resistência pela liberdade, o que já está servindo para inspirar outras pessoas ao redor do mundo. Também fica o aprendizado da própria Justiça australiana, que reconheceu como “irracional” impedir o acesso de pessoas a determinados locais, quando essas pessoas conseguem comprovar que estão plenamente saudáveis e livres de qualquer contaminação com o coronavírus.
Basta de autoritarismo “do bem”! Que a verdadeira e boa ciência prevaleça, acima de tudo, contra a ditadura sanitária que ameaça a nossa liberdade dentro e fora do Brasil. Viva Novak Djokovic!
Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior. |
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