Crianças no funk: A proteção dos filhos começa em casa, pelo exemplo dos pais
A proteção dos filhos começa em casa, pelo exemplo dos pais
Marisa Lobo - 22/02/2022 13h07
Vi, no dia de ontem, um vídeo que viralizou nas redes sociais. Nele, uma mãe supostamente vai buscar a sua filha em um local onde esta participava do que parecia ser a gravação de um clipe musical. No entanto, a garota estava fazendo uma dança que simula movimentos eróticos ao estilo do funk “pancadão”, como chamam os adeptos do gênero musical.
Visivelmente revoltada, a mãe da garota precisou enfrentar até mesmo o grupo de pessoas que estava fazendo a gravação, incluindo outras garotas, para só então conseguir arrastar a filha para fora do local, supostamente o pátio de uma escola, segundo informações que circulam nas redes sociais.
Não sei os detalhes envolvendo o contexto da situação, mas uma coisa é certa: a mulher que aparece indo buscar a filha tomou uma atitude que todos os pais deveriam tomar em casos desse tipo. Porém, quero chamar atenção para algo que vai além disso, sendo ainda mais importante: o exemplo vem de casa!
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O exemplo vem de casa
É louvável a iniciativa da senhora que aparece no vídeo; portanto, presto-lhe a minha solidariedade. Mas, como psicóloga e autora de um livro chamado Limites – O caminho para o equilíbrio emocional dos seus filhos, preciso dizer que esse tipo de situação não surgiu da noite para o dia.
Quando uma criança ou adolescente chega a frequentar ambientes nocivos (como o de bailes de funk “pancadão”) ou a submeter-se a situações deploráveis (como a que vimos na gravação), isto indica que a família errou em algum momento durante o desenvolvimento educacional do menor.
Por outro lado, quando os limites morais são ensinados ao menor na fase correta, os frutos são colhidos lá na frente, durante a adolescência e por toda a vida, e isso começa pelo exemplo dos pais dentro de casa.
Por favor, entendam! Não estou querendo dizer que a mãe que aparece nas imagens tem alguma culpa. Precisamos compreender o contexto de vida de cada família antes de emitir qualquer julgamento pessoal.
Existem pais e mães extremamente dedicados, honestos e moralmente exemplares, mas que, devido a vários fatores, como a necessidade de trabalho fora de casa, dificuldades de moradia, interferência dos parentes, vizinhos e etc., ainda assim “perdem” os filhos para o mundo.
Mas, em todo caso, a regra bíblica geral é que, quando você “ensina a criança no caminho em que deve andar” (Provérbios 22:6), ela dificilmente se desviará desse caminho no futuro – e este ensino começa pelo exemplo dos próprios pais.
Que tipo de conteúdo musical você ouve em sua casa? Quais são os programas de TV a que você assiste e deixa os seus filhos assistirem? Quais são as suas amizades? Que tipo de ambiente você frequenta nos finais de semana? São coisas desse tipo, coisas simples, que servem para modelar o comportamento e as preferências dos seus filhos.
Ofereça aos seus filhos bons conteúdos o quanto antes, já na primeira infância. Cultura, por si só, não é sinônimo de coisa boa, pois também existe cultura ruim. E é dever dos pais selecionar o que as crianças podem ver, ouvir e praticar, impondo a elas limites claros desde cedo, para que situações como essa, que vimos na gravação, não se tornem pesadelos no futuro.
Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior. |
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