A nossa maior resposta aos tiranos da pandemia será o voto nas urnas em 2022
Os governadores e prefeitos que aí estão foram eleitos. Eles não caíram do céu
Marisa Lobo - 14/12/2021 11h42
A nossa maior resposta aos tiranos da pandemia será o voto nas urnas em 2022.
Ao longo de 2020 e também deste ano, vimos avançar de forma absurda e inimaginável até pouco tempo atrás, medidas tomadas por governadores e prefeitos que atentaram contra alguns dos direitos mais básicos do cidadão, como o de poder trabalhar livremente para sustentar a sua família.
Também vimos pessoas que foram humilhadas e até presas pelo simples fato de estar tomando um ar fresco em uma praça, sozinhas, ao ar livre, distantes de qualquer contato social, tão somente desfrutando de um momento junto à natureza.
Em vários casos, vimos também pessoas sendo abordadas até em praias, enquanto caminhavam, sentadas sozinhas, ou em família. Surfistas tiveram que literalmente fugir de guardas municipais para não serem presos, e tudo por qual motivo? Por estarem oferecendo risco a outras pessoas dentro do mar?
A sanha autoritária de governadores e prefeitos que mais parecem protótipos de ditadores não parou por aí. Estamos vendo agora, por exemplo, a mesma tirania avançar sob o argumento do “passaporte sanitário”, ignorando o fato de que contaminados já recuperados também desenvolvem imunidade natural e que até mesmo os vacinados podem transmitir o vírus.
Mas, infelizmente, parece que os controladores sociais conseguiram esterilizar a consciência de muita gente pelo medo, pelo condicionamento mental e pelo marketing pandêmico, a ponto de retirar delas a condição de enxergar a realidade e de concluir, por conta própria, que muita coisa não faz o menor sentido.
Pais e mães de família perderam seus empregos; profissionais de saúde renomados dentro e fora do Brasil foram demonizados, humilhados e até demitidos; trabalhadores não puderam exercer a dignidade de ganhar o pão de cada dia, saindo às ruas para trabalhar, abrindo seus comércios sem o receio de serem punidos, entre outros casos.
Diante de tudo isso a indignação é inevitável. Mas uma coisa precisamos lembrar: os governadores e prefeitos que aí estão foram eleitos. Eles não caíram do céu. Foram eleitos pelo próprio povo que hoje paga o preço da tirania em muitos estados e municípios. O mesmo podemos dizer dos deputados e senadores que legitimaram esse sadismo autoritário travestido de “bem coletivo”.
Sim, faço questão de lembrar isso porque nós, brasileiros, ainda precisamos de muita maturidade política. Fomos acostumados a reclamar, mas não a reagir em prol de mudanças. Vemos isso nas filas dos bancos, dos hospitais, do INSS e em quase todo serviço público. Pessoas indignadas, mas que, em ano de eleição, votam nos mesmos marajás da velha política.
Não é por acaso que figuras como Renan Calheiros ainda ocupam cadeiras no Senado Federal. Como explicar isso, senão atribuindo a responsabilidade ao próprio povo que o elegeu? Como explicar que alguém como o ex-presidente Lula, apontado como um dos responsáveis pelo maior esquema de corrupção da história do Brasil, ainda apareça com intenções de voto para a Presidência da República?
Por essas e outras, afirmo que a maior resposta que podemos dar aos mandos e desmandos que acontecem no Brasil é o voto nas urnas. Nenhum presidente faz milagres, especialmente quando lida com um sistema gigantesco que tenta derrubá-lo 24h por dia. Um pequeno grupo de parlamentares fiéis também não faz. É preciso ter maioria para haver renovação!
Portanto, 2022 é o ano em que o Brasil terá a chance de dar a sua resposta aos tiranos da pandemia, expurgando da vida pública os atuais ditadores dos estados e do Congresso Nacional.
Farei a minha parte no Paraná e espero que cada brasileiro também faça a sua, pois, se não reagirmos agora, enquanto ainda há democracia, receio que já não tenhamos a oportunidade de escolha lá na frente.
Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior. |