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Como lidar com a paz quando você está acostumada a viver em tribulação?

As mulheres reagem à vida de forma diferente, todas de acordo com a “bagagem” que carregam, umas de dor, umas de ódio, outras de paz

Mari Simionato - 31/10/2018 10h33

Para quem não entende bem o que eu faço aqui em Los Angeles, além das semanas de moda que trabalho, faço parte de uma organização chamada Beauty Arise. O projeto está no mundo inteiro e tem o foco de trabalhar identidade, beleza e valor da mulher. Por isso, temos um curso de seis meses, chamado DTS. Cada semana é um tema diferente, com um professor diferente.

Foi nesse curso que conheci a Kay. Ela veio para nos ensinar sobre relacionamentos, um dos temas mais importantes da escola, pois são neles que as feridas acontecem e também são curadas. A maioria das mulheres que eu conheço baseia seus comportamentos pelas feridas que tiveram em relacionamentos, sejam com pais, filhos, amigos ou namorados/maridos etc.

Kay sofreu abuso emocional e sexual durante a juventude. Passou anos carregando a dor da culpa (mesmo não sendo dela) e a vergonha que isso causou. Teve dificuldades em se relacionar com outras pessoas pelo medo de ser ainda mais machucada. Se fechou para as pessoas, para o mundo e para Deus. Ela tornou sua dor em sua identidade. Tudo o que tinha era sua dor. Baseava sua vida, o resto dos sonhos que lhe sobraram na ferida que tinha. Aliás, sua dor também era a desculpa para seu mau comportamento e o reflexo de suas ações. Por anos carregou uma carga que não lhe pertencia.

Foi quando começou a se relacionar com Deus. Quanto mais ela O conhecia, menor ficava o peso de sua dor. Quanto mais tempo passava com o Mestre, mais aprendia sobre perdão, restauração e liberdade. À medida que ia descobrindo sobre Deus, a dor era substituída pela paz. Paz que ela nunca tinha experimentado.

Ao se deparar com uma paz sobrenatural, com uma liberdade genuína, Kay simplesmente não sabia o que fazer. A paz era algo incomum e desconfortável para ela. Ela não sabia conviver com a paz. Não sabia como viver uma nova vida sem a dor, sem a culpa, sem rancor daqueles que a machucaram. Ela estava tão acostumada com esses sentimentos que não sabia lidar com a liberdade de vida que ela tinha recebido de Deus. Levou tempo para que ela aceitasse sua nova identidade.

Cada palavra dela me impactou muito. Passei a entender porque certas mulheres reagem à vida de forma diferente, todas de acordo com a “bagagem” que carregam, umas de dor, umas de ódio, outras de paz.

O remédio para todas as nossas dores está em Deus. Pertence a Ele a cura de todas as feridas. Você tem acesso sempre que quiser, na quantidade que quiser. Basta se achegar a Deus e permitir que Ele coloque o remédio sobre sua vida. Mas, mais que isso, depois de curadas, precisamos intencionalmente viver com a consequência da cura, que é a paz e a liberdade. Uma nova identidade deve ser vivida depois de receber o “remédio” de Deus. Porque é muito mais fácil se esconder por detrás de suas dores e jogar sobre os outros toda a mágoa que a vida lhe causou.

Ouvindo Kay, as palavras do apóstolo Paulo fizeram mais sentido para mim, quando ele disse que devemos ser transformados pela renovação da nossa mente (Romanos 12). Não basta você ser curada, você precisa ter uma atitude diferente. É como se alguém que fosse curado da incapacidade de caminhar, continuasse usando a cadeira de rodas. A cura vem de Deus, mas a transformação em nossa maneira de viver vem de nós. Somos nós que escolhemos, intencionalmente, viver a nova identidade em Deus que nos é dada. Está à nossa disposição!

Se Deus perdoou você e lhe ensinou sobre perdão, por que você ainda insiste em falar mal de quem machucou você? Se Deus apagou seu passado, por que você insiste em estar na posição de vítima? Se Deus lhe deu uma nova oportunidade com relacionamentos saudáveis, por que você insiste em pensar que eles farão o mesmo que os outros? Se Deus lhe curou, por que você insiste em viver a vida como uma doente? Simplesmente não faz sentido.

Nova identidade exige novos hábitos. E hábitos se fazem com escolhas diárias, gota por gota, passo por passo, dia após dia. Se você já foi curada por Deus, comece agora a viver de forma digna desse remédio que, apesar de custar caro, foi dado a você, gratuitamente.

Espero muito que este texto tenha falado ao seu coração!

Com amor,

Mari Simionato é jornalista, escritora, blogueira e missionária na JOCUM em Los Angeles/USA. Viaja o mundo conversando com mulheres sobre relacionamento com Deus e identidade cristã. Trabalha anualmente nas semanas de moda de New York e Los Angeles com evangelismo a profissionais de moda.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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