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O golpe de Hamilton Mourão

Hoje encaro essa aproximação de Hamilton Mourão com a esquerda como uma ponta de lança esquerdista nos flancos bolsonaristas

Marco Feliciano - 17/04/2019 15h30


Alô, irmãos, alô, amigos que me acompanham aqui no Pleno.News.

Apresento a vocês, na íntegra, meu discurso feito na tribuna da Câmara dos Deputados na última terça-feira.

Senhor presidente, senhoras e senhores deputados,

É com grande honra que, mais uma vez, faço uso desta egrégia tribuna e início narrando um pouco da minha trajetória na política. Depois de muitos anos criticando a política, que acreditava confrontar com meus princípios cristãos, tive uma revelação, em sonho, de que ela poderia fazer parte de meu ministério sacerdotal. Depois disso, comecei uma transformação em minha vida e, sem recursos, lancei-me candidato a deputado federal e, pela Graça de Deus, fui eleito o evangélico mais votado do Brasil e reeleito por duas vezes, sempre com expressiva votação.

Para essa empreitada, ouvi os conselhos do apóstolo Paulo e me fiz fraco para que a obra de Deus se fortalecesse em mim. Em minha humildade, quando fui indicado presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias, apanhei muito, dei a outra face e saí vitorioso na mais produtiva gestão daquela comissão. Com as costas feridas pelo cruel açoite, após cicatrizar, o couro ficou rígido e a coragem aumentou. Tal qual Daniel, durmo um sono justo no covil dos leões que imperam na política. Jurei defender a Constituição e, se preciso for, com risco da própria vida, mesmo que, para isso, tenha de enfrentar poderosos.

Hoje, depois de muita reflexão e vontade de bem representar quem confiou a mim uma procuração em branco, decidi ingressar com um pedido de impeachment contra o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, por atitudes, a meu ver, indignas ao alto posto que ocupa, o de sucessor imediato do presidente da República.

Temos assistido, atônitos, as atitudes do nosso vice-presidente Hamilton Mourão que, após um silêncio durante todo o processo de sua escolha como candidato, durante a campanha e, finalmente, a eleição numa chapa vitoriosa, não de homens, mas de todo um povo cristão conservador e afinado com as ideias do presidente Jair Bolsonaro contra o aborto, contra as drogas e a favor da menoridade penal para crimes graves, muda de opinião numa guinada de 360 graus e se coloca em contraponto ao seu líder, o presidente, se apresentando como opção numa reversão de rumos da gestão presidencial, o que encaro como uma traição e quebra de decoro inerente ao cargo de vice-presidente.

Em sua inexplicável viagem aos Estados Unidos da América, logo após a ida do presidente Jair Bolsonaro ao país, fez agenda com pautas em contraponto e encontros com estudantes bolsistas dos governos petistas, hostis à atual gestão. O convite para o evento já continha barbaridades, inclusive citando que ele seria melhor alternativa que o presidente Jair Bolsonaro. E mais, teve um encontro esquisito com o filósofo esquerdista, ex-ministro petista, Mangabeira Unger. Hoje encaro essa aproximação de Hamilton Mourão com a esquerda como uma ponta de lança esquerdista nos flancos bolsonaristas, como uma estratégia de volta ao poder. Este sim, num golpe silencioso, tal qual um cavalo de Troia, entupido de falsos aliados, Judas modernos.

Finalizo pedindo a Deus a mesma coragem e sabedoria que deu a Davi e ao seu filho Salomão, para enfrentar os filisteus modernos e sua sanha pelo poder. E que Ele derrame Suas mais escolhidas bênçãos celestiais sobre todos.

Marco Feliciano é pastor, foi reeleito Deputado Federal por São Paulo com quase 400 mil votos e preside a Assembleia de Deus Ministério Catedral do Avivamento.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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