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Lutero e sua Reforma

O valor da Reforma Protestante no decorrer da História

Marco Feliciano - 06/10/2017 17h07

Pastor Marco Feliciano Foto: Divulgação

Quero aqui falar de um assunto importante que afeta a todos nós: os 500 anos da Reforma Protestante. Trata-se de um movimento reformista cristão, originado no seio da Igreja Católica no início do século XVI. Foi articulado pelo monge agostiniano Martinho Lutero, que publicou 95 bulas (teses) em 31 de outubro de 1517, afixadas na porta do Castelo de Wittenberg, na Alemanha. As teses de Lutero iam contra diversos pontos da doutrina católica.

No fim da Idade Média, a Igreja Católica exercia uma grande influência política e social. Passou a ser uma potência financeira, em muitos casos, promovendo o poder político. O papa tinha fortuna maior que muitos reis e usava os cargos eclesiásticos como moeda de troca. Havia ainda a venda das indulgências e os pergaminhos que perdoavam os pecados de quem os compravam. Muitos estudiosos consideram a Reforma Protestante como um dos eventos fundadores da História Moderna.

A importância da Reforma para o Cristianismo é imensurável, pois o monopólio do ensino da Bíblia pelos sacerdotes católicos por meio da interpretação do Evangelho em homilias únicas, previamente preparadas pelos órgãos doutrinários da Igreja Católica para todo o mundo, foi rompido e a pregação do Evangelho aos reformistas passou a ser de livre interpretação e o rito das celebrações foi abolido. Com essa nova abordagem, o crescimento do Cristianismo Protestante foi geométrico até os dias de hoje.

Historicamente, existem registros de que vários príncipes e nobres apoiaram o culto luterano nos principados católicos, aproveitando a oportunidade de libertar seus territórios do poder papal. Enquanto na Alemanha, a Reforma era liderada por Lutero, na Suíça e na França, teve como líderes João Calvino e outros. Na França e Holanda, os reformistas foram chamados de huguenotes, na Inglaterra de puritanos e na Escócia de presbiterianos. Não podemos deixar de citar a reação da Igreja Católica ao movimento reformista. A Contrarreforma surgiu com o Concílio de Trento, que criou regras para a Igreja Romana, revendo várias práticas condenadas por fiéis, como as vendas de indulgências.

Rapidamente, o movimento protestante se propagou pelo mundo e em vários países rompeu com a hegemonia da Igreja de Roma, recebendo apoio das casas reais. Protegida de perseguição, a presença da Reforma se solidificou. Mas o que diferenciou, sobremaneira, a nova doutrina da tradicional Igreja Católica Romana no aspecto político, foi a visão sobre finanças, não sendo mais considerado pecado o lucro e a cobrança de juros por parte de emprestadores de dinheiro, o que resultou em um grande progresso social nos países de confissão luterana.

O Protestantismo chegou ao Brasil no período colonial, com as invasões francesas e holandesas e consolidou-se a partir da abertura dos portos. Com o advento da República e a separação do Estado da Igreja, o Protestantismo cresceu sem limites e hoje é o segundo segmento religioso do Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, havia aproximadamente 42 milhões de protestantes, agora já tratados como evangélicos no Brasil. Segundo pesquisa Data Folha de 2014, os evangélicos já seriam 29% da população.

No Brasil, como em toda América Latina, o crescimento dos evangélicos é imenso, com uma variedade de denominações. O que se observa, doutrinariamente, é uma grande afinidade que possui como figura principal da fé, Jesus Cristo, que é Deus, e o Espírito Santo, no mistério da Trindade. Registra-se no Brasil, por exemplo, denominações com imenso número de fiéis. Entre algumas, cito a mais numerosa, a Assembleia de Deus, seguida por tantas outras. Com todo esse histórico, convém lembrar que ainda temos quase 5 bilhões de almas no mundo que não conhecem Jesus. Portanto, podemos afirmar que estamos apenas no começo, pois a Palavra de Deus diz que a seara é grande, mas poucos são os operários.

Para finalizar, preciso dizer que meu coração contrito pede para que abordemos a vinda de Cristo para um contingente de religiosos de outras matizes que não a cristã. Refiro-me aos islâmicos, que possuem uma retaguarda financeira imensa, oriunda dos petrodólares, munidos de duas ferramentas para difundir sua doutrina, o Corão e a Sharia. O primeiro como um livro sagrado para os islâmicos e que contém leis religiosas e civis. O segundo como um código de comportamento que, muitas vezes, não é apresentado abertamente a fim de não causar um choque cultural. No momento oportuno, no entanto, é mostrado como simbiótico.

Peço a Deus que nos dê a sabedoria de Salomão, a força de Sansão, a formosura de Ester, a resignação de Maria e a coragem de David para tentarmos ser santos, a fim de merecer carregar esse fardo pesado e que este se torne suave para mantermos acesa a chama da verdade do Evangelho de Cristo e derrame bênçãos em todos.


Marco Feliciano é pastor, foi reeleito Deputado Federal por São Paulo com quase 400 mil votos e preside a Assembleia de Deus Ministério Catedral do Avivamento.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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