Magno Malta - 18/08/2025 10h29

Aprendi, há algum tempo, que a perseguição não é privilégio de políticos que ousam enfrentar o sistema. O alcance é mais amplo. A mira se volta também contra líderes religiosos, homens e mulheres que têm a coragem de erguer a voz contra injustiças e mentiras.

Na última quinta-feira (14), recebi, com indignação, a notícia de que o pastor Silas Malafaia foi incluído no mesmo inquérito que investiga Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo. A Polícia Federal agora o coloca sob suspeita, como se ter opinião fosse crime.

O inquérito, aberto em maio, apura supostas ações contra autoridades. Para o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, as condutas de Malafaia buscariam “atrapalhar o andamento do processo” em que Jair Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe, acusação que, diga-se, é uma narrativa cuidadosamente construída pelo próprio sistema.

Mas o que mais causa espanto não é apenas o conteúdo, é o método. Malafaia sequer foi formalmente notificado. Quem lhe deu a notícia não foi a Justiça, mas a imprensa. Isso fere a legalidade e agride o bom senso. É mais um capítulo de um país onde o absurdo parece ter virado regra.

Silas Malafaia não é político; é um ministro de Deus, um homem que ama o Brasil e que nunca cometeu crime algum. Sempre esteve nas ruas em defesa da família, da liberdade e da democracia. Como seu amigo e irmão em Cristo, afirmo: estarei sempre ao seu lado.

A história é implacável em mostrar um padrão: regimes autoritários sempre buscaram calar homens e mulheres de fé. Karl Marx já afirmava que “a religião é o ópio do povo”, não por se importar com a fé, mas porque reconhecia que ela concedia ao povo uma consciência que o Estado totalitário não podia controlar.

Veja a Nicarágua sob o regime de Daniel Ortega: padres são perseguidos e presos; freiras, perseguidas ou expulsas; igrejas, fechadas. Para uma ditadura, a mensagem do Evangelho é perigosa, porque oferece algo que nenhum governo pode dar: esperança, liberdade interior e senso de justiça.

Não é coincidência que a mesma lógica tente se instalar aqui. Malafaia, assim como tantos outros líderes cristãos, é visto como alguém que “move massas”. E sim, ele move. Porque sua voz ecoa não apenas nos templos, mas também nas ruas. Ele sempre participou de manifestações pacíficas pela liberdade do Brasil. Isso incomoda… e incomoda muito. O STF? O governo Lula? Talvez ambos.

Como cristão, lembro as palavras de Dietrich Bonhoeffer, pastor luterano assassinado pelo regime nazista:

O silêncio diante do mal é o próprio mal. Não falar é falar. Não agir é agir.

Portanto, afirmo sem hesitar: Silas Malafaia, estamos contigo! Uma voz profética não será silenciada por ameaças, processos ou intimidações. A Igreja de Cristo já sobreviveu a impérios, fogueiras e prisões. E, se preciso for, sobreviverá também a inquéritos injustos.

Magno Malta é senador da República. Foi eleito por duas vezes o melhor senador do Brasil.

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