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Redes neurais: A parte criativa e inovadora do cérebro

É preciso estruturar o pensamento de modo mais associativo, emocional, criativo

Luciano Vilaça - 17/04/2019 10h02

As estruturas cerebrais responsáveis pelos pensamentos associativos são conhecidas como redes neurais Foto: Shutterstock

O nosso cérebro funciona a partir da união de dois hemisférios, dois princípios, cuja unidade não exclui ou subtrai a sua dualidade. Por isso, o potencial do cérebro só pode ser compreendido se levarmos em conta as suas possibilidades dialógicas e antagônicas. A partir de duas formas básicas de organização neural, ele dá forma e estrutura a diferentes sistemas de pensamentos: os tratos neurais e as redes neurais. Os tratos neurais são, portanto, a parte conservadora do cérebro; enquanto as redes neurais representam a parte criativa e inovadora.

Olhar apenas para a conservação pode ser um fator degenerativo, proibitivo, inibidor da liberdade e da criatividade, o que pode impedir que o novo nasça e que a vida floresça. É preciso também pensar fora dos padrões convencionais: pensar fora da caixa. É preciso estruturar o pensamento de modo mais associativo, emocional, criativo, holístico, poético e inconsciente.

As estruturas cerebrais, responsáveis pelos pensamentos associativos, são conhecidas como redes neurais. O pensamento associativo nos permite relacionar e associar as cadeias de significantes: pizza/paladar/fome/saciabilidade. Ou ainda: amor/mãe/leite/seio/cuidado, desvelando-nos as leis do inconsciente, como preconizava Jacques Lacan. Por não ser refém da objetividade fria, serial e restritiva do consciente, é um sistema de pensamento mais livre e criativo e está relacionado à nossa inteligência emocional, ou QE, que nos leva a associar: chorar, rir, comover-nos, etc.

Desta forma, podemos entender que a unidade cerebral é essencialmente complexa; portanto, ele é, simultaneamente: todo e partes, serial e associativo, consciente e inconsciente, razão e emoção, analítico e sensitivo, direito e esquerdo, que se interconecta o tempo todo e a toda hora e que faz parte de uma unidualidade. Os opostos e antagonismos fazem parte de seu complexo funcionamento.

Luciano Vilaça é coordenador e professor dos cursos de mestrado e doutorado da Atenas College University. Formado em Liderança pelo Haggai Advanced Leadership Institute – Singapura e em Negotiation and Leadership pela Universidade de Harvard. Destaca-se por sua vasta experiência como psicólogo, psicanalista e consultor de negócios e por sua rica formação acadêmica, incluindo graduações em Direito e Psicologia, especializações em família e negócios, dois mestrados e doutorado por renomadas instituições, como Harvard, UFRJ, FGV, PUC- RJ e Florida Christian University. Autor de vários livros, dentre eles, Dentro e Fora da Caixa.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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