Leia também:
X Meu pastor é ultrapassado. Devo mudar de igreja?

Coaching no Brasil: Rumos e rumores

Embora o coaching tenha efeitos psicoterápicos, não pode ser confundido com a psicoterapia

Luciano Vilaça - 01/05/2019 11h40

O coaching não tem seu foco nas psicopatologias e nem tem pretensões investigativas sob o ponto de vista clínico Foto: Pixabay

O coaching, embora tenha efeitos psicoterápicos, não pode ser confundido com a psicoterapia. Daí a urgente necessidade de fazermos uma distinção entre ‘coach’ e ‘couch’ (vocábulo inglês, cujo sentido é divã), isto é, entre o processo realizado pelo coach e o tratamento efetuado pelo psicólogo.

Apesar de todas as possibilidades existentes de transformações que o processo de coaching pode proporcionar, não podemos perder de vista que haverá sempre zonas impenetráveis pelo processo de coaching.

O coaching não tem o seu foco nas psicopatologias e nem tem pretensões investigativas sob o ponto de vista clínico. As fronteiras entre os aspectos psicoterápicos e o coaching, em alguns casos, podem ser imprecisas e não muito nítidas. O coach, ao aplicar o processo em clientes com algum tipo de psicopatologia moderadas ou graves, na melhor das hipóteses, pode simplificar e banalizar o processo, e na pior delas, reforçar ainda mais o sintoma ou criar prejuízos psíquicos ainda maiores.

Como afirmou Abraham Maslow em certa ocasião: “Para quem só sabe usar o martelo, todo problema é prego”.

Semelhantemente, há muitos coaches que, ilusoriamente, pensam que todo problema que lhe aparece é ‘prego’. É preciso compreender que nem tudo é prego; nem todas as situações da problematicidade humana podem ser resolvidas com as técnicas e as ferramentas do coaching. O coaching é um instrumento valioso, mas não é o instrumento para todos os males da existência humana.

É preciso ter cuidado para não cairmos na tentação de receitas prontas e pré-fabricadas de “how to do” que, na maioria das vezes, são apresentadas de maneira superficial e pouco reflexiva, além de revelarem pouca compreensão da realidade, trazendo mais danos do que benefícios.

Luciano Vilaça é coordenador e professor dos cursos de mestrado e doutorado da Atenas College University. Formado em Liderança pelo Haggai Advanced Leadership Institute – Singapura e em Negotiation and Leadership pela Universidade de Harvard. Destaca-se por sua vasta experiência como psicólogo, psicanalista e atuação como coach; consultor de negócios, consultor sênior do GC5 e por sua rica formação acadêmica, incluindo graduações em Direito e Psicologia, especializações em família e negócios, dois mestrados e doutorado por renomadas instituições, como Harvard, UFRJ, FGV, PUC- RJ e Florida Christian University. Autor de vários livros, dentre eles, Dentro e Fora da Caixa.td>
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.