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Carros de sonhos nasceram desse experimento - Parte 1

Leandro Sauerbronn - 01/11/2017 12h00

Em 1982, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) criou o GRUPO B substituindo os Grupos 4 e 5 no qual corriam carros de turismo modificados e protótipos.

O GRUPO B fugia das “burocracias” do GRUPO A que exigiam um número de carros fabricados (5.000); a tecnologia era podada para aliviar custos, o carro tinha limite de peso, restrição de potência máxima. Tudo isso não existia no GRUPO B. Imaginem poder fazer o que quisesse no carro praticamente e por para correr.

Motor V6 do MG Metro V64V- 410 cv

Apareceram grandes joias para os fãs de carros, os grandes fabricantes europeus queriam a qualquer custo ser campões dessa categoria e não economizavam no desenvolvimento desses bólidos. Era realmente algo fora do comum, por onde passavam arrastavam multidões.

Rally de Portugal 1984 – Fãs se aglomeravam na frente dos carros antes das passagens

Em 1986, quando o GRUPO B foi extinto, os carros já estavam com mais de 600 cv de potência; isso percorrendo estradas de cascalho, neve, terra batida, uma verdadeira loucura! Só os pilotos mais corajosos e loucos pilotavam esses brinquedos.

Algumas estrelas desse campeonato:

Audi Quattro S1

Carro revolucionário da Audi, com seu motor 5 cilindros turbo e tração integral, foi o maior ganhador da categoria, até hoje o projeto ainda impressiona.

Audi Quattro S1
Motor 5 cilindros 20 válvulas 2.1 litros com 450 cv
Audi Quattro 1985 S1
Audi Quattro versão de homologação com 214 unidades, uma raridade dentre os colecionadores, essa versão mais mansa com “apenas” 302 cv

Veja um vídeo do Audi Quattro S1

Citroën BX 4TC

Citroën BX 4TC – 1986

A Citroën introduziu o modelo BX 4TC em 1986, mas não obteve sucesso. O carro tinha tração integral e motor de 2.1 litros com 16 válvulas e turbo, rendia 405 cv. Depois a potência foi reduzida para 380 cv.

Versão de homologação 200 unidades produzidas
Painel do Citroën BX 4TC

Vídeo do Citroën BX 4TC

Ford RS200

A Ford não podia ficar fora dessa, mas infelizmente só correu no último ano em que teve o GRUPO B, em 1986. O carro possuía motor de 2.5 litros Turbo, chegando em algumas versões a ter mais de 650 cv.

Foi quando uma tragédia aconteceu na etapa de Sintra, em Portugal; mais de 500 mil pessoas assistiam à etapa quando o piloto Joaquim Santos, ao desviar de um espectador, perdeu o controle e avançou em cima da multidão. Uma mulher e seu filho de apenas 8 meses morreram na hora, além de mais de 30 pessoas ficarem feridas. Essa foi uma das tragédias que decretaram o fim da categoria.

Ford RS200
Motor central
Motor de 2.5 litros turbo
Versão de homologação com motor 1.8 16 válvulas e Turbo, 225 unidade produzidas

Vídeo do Ford RS200

Lancia Rallye 037

A Lancia tinha talvez o melhor carro de rally fabricado no início dos anos 80: o Lancia Stratus. Quando soube do GRUPO B tratou de ter sua versão que seria o Lancia Rallye 037, com duas versões a E1 [1982-1983] e a E2 [1984-1986].

Com motor Fiat Twin Can 4 cilindros e 16 V, na primeira versão, um 2.0 litros. E, na segunda, um 2.1 litros. Eles rendiam 315 cv e 345 cv, respectivamente, trabalhavam com um supercharger tipo Roots e carburação Weber 40.

Lancia Rallye 037 “voando”, algo muito comum no Grupo B
Motor 4 cilindros da Fiat com supercharger
“Raio X”
Versão de homologação do Lancia Rallye 037 com 220 unidades produzidas

Vídeo do Lancia Rallye 037

Lancia Delta S4

A Lancia resolveu substituir o vitorioso Rallye 037, desenvolveu o Delta S4 (S= Supercharger e 4 – Tração 4WD), em 1985. Ele foi projetado pelo grupo Abarth.

O carro pesava apenas 800 kg e seu motor, de 1.8 litros de duplo comando de válvulas supercharger e turbo, entregava 615 cv.

O acidente na etapa de Córsega com o piloto Henri Pauli Toivonen e seu navegador Sergio Cresto, ambos morreram carbonizados, foi o fato que ajudou a decretar o fim da categoria e da evolução desse magnífico carro.

Lancia Delta S4
Motor além do supercharger possuía um turbo e entregava mais de 600 cavalos
Versão de homologação do Delta

Vídeo do Lancia Delta S4

Abraços e Pé no Porão!

Leandro Sauerbronn

Fim da primeira parte

 

Leandro Sauerbronn é aficionado por carros e motores; possui ferrugem e gasolina nas veias desde nascença; começou a estudar o automóvel muito cedo, ainda criança. Hoje se tornou restaurador, customizador e educador; ensina a nobre arte da mecânica em seu curso.

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