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Comendador Enzo Ferrari – Parte 1

Um homem que viveu para os carros e para as corridas

Leandro Sauerbronn - 06/12/2017 15h02

Não tem como separar da história das corridas de carro, a do fundador da marca mais icônica de carros do mundo: Enzo Ferrari.

O pequeno Enzo ficou apaixonado pelos carros, quando seu pai, sr. Alfredo, o levou para ver uma corrida em Bolonha quando tinha 10 anos de idade, em 1908, e isso mudou sua vida para sempre.

Sr. Alfredo, pai de Enzo, era dono de uma pequena fábrica de componentes de metal. Quando Enzo fez 18 anos, seu pai e seu irmão morreram e ele teve que abandonar a escola para ajudar no sustento da família. Assim, foi trabalhar como mecânico, e, logo depois, foi convocado para o Exército italiano durante a Primeira Guerra, mas foi dispensado.

Enzo Ferrari tentou então uma vaga de piloto de testes da FIAT, em Turim, mas não conseguiu ser aprovado. Somente um ano depois, entrou para a Contruzioni Mecaniche National, como piloto de testes e em 1919 tornou-se piloto titular. Mais tarde ingressou na Alfa Romeo como piloto. Nessa empresa foram 20 anos de parceria, até se tornar o chefe da equipe.

De 1920 a 1929, Enzo venceu 13 provas das 47 que participou. Mas quando seu colega, o piloto Antonio Ascari, morreu em 1925, no GP da França, Enzo começou a preferir preparar os carros do que pilotar. Ainda assim continuou pilotando para a Alfa Romeo até 1929.

O famoso Cavalo Negro empinando (Cavalo Rampante) tem uma história peculiar: esse mesmo símbolo era usado pelo piloto de caça italiano e herói Conde Francesco Baracca morto em combate, em 1918. A mãe de Francesco, a Condessa Paolina Baracca, presenteou Enzo Ferrari, em 1923, com o cavalo. Ela disse que o símbolo traria sorte a ele. Quando Enzo venceu a corrida no Circuito de Savio em Ravenna, somente em 1932, foram adicionadas um fundo amarelo (cor de Módena) e as letras S F (Scuderia Ferrari) ao símbolo.

Nos anos seguintes, Enzo Ferrari foi sagrado cavalheiro. Graças a seus feitos nas pistas, recebeu a condecoração de Comendador pelo governo italiano.

Em 1925, Enzo criou a Scuderia Ferrari. Na verdade, era uma equipe terceirizada da Alfa Romeo. Além de preparar os carros da Alfa, Enzo recrutava os pilotos; dentre eles recrutou Tazio Nuvolari, Rudolf Caracciola e Louis Chiron. Mas foi com a Scuderia Ferrari atuando como sua equipe principal que a Alfa Romeo conquistou algumas de suas mais importantes vitórias, entre elas as 24 Horas de Le Mans de 1933 e 1934.

Em 1939, Enzo Ferrari foi demitido da Alfa Romeo. Dizem que a demissão foi por causa de seu temperamento, outros acreditam que foi em função da decisão da Alfa Romeo de retomar o controle da sua equipe de fábrica.

Foi esse fato que permitiu a Enzo Ferrari criar sua própria escuderia. Mas, por acordo com a Alfa, não poderia usar o nome Ferrari em qualquer atividade relacionada a carros de corrida, nem mesmo pilotando ou construindo os carros.

Então, Enzo chamou sua empresa de Auto Avio Construzioni (AAC). Assim, no local da antiga sede da Ferrari, em Módena, começou a fabricar equipamentos militares junto ao esforço de guerra italiano.

O primeiro modelo o AAc 815 foi projetado para o Marquês de Módena Lotaro Rangoni Machiavelli para o Grand Prix de Brescia, em 1940. A carroceria foi projetada pela Carrozzeria Touring de Milão, na plataforma do FIAT 508. O carro possuía um motor de 8 litros em linha de 1,5 litros e rendia 75 CV, chegando a uma velocidade final de 170 km/h.

Em 1947, dois anos depois do final da Segunda Grande Guerra, Enzo Ferrari apresentou o primeiro modelo da marca: a Ferrari 125 S. O motor foi projetado pelo engenheiro Gioacchino Colombo; ele já havia trabalhado com Enzo nos tempos de Alfa Romeo. O carro era um V12 de 1,5 litros.

O carro foi projetado por Gioacchino Colombo, engenheiro que já havia trabalhado com Enzo em seus anos de Alfa Romeo, e fora convidado por ele para projetar o motor de seu novo carro.

O carro possuía uma caixa de marchas de 5 velocidades. Com ele foram 14 corridas disputadas com 6 vitórias, em 1947.

Abraços e pé no Porão!

Leandro Sauerbronn é aficionado por carros e motores; possui ferrugem e gasolina nas veias desde de nascença; começou a estudar o automóvel muito cedo, ainda criança. Hoje se tornou restaurador, customizador e educador; ensina a nobre arte da mecânica em seu curso.

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