Chevrolet Opala
O mito dentre os carros
Leandro Sauerbronn - 27/09/2017 09h45

Amigo entusiasta, hoje falaremos de um grande clássico nacional, o Chevrolet Opala, muito conhecido por ser utilizado como veículo oficial de governos durante anos; também por seu enorme torque e grande desempenho, possui muitos fãs espalhados pelo Brasil e pelo mundo, foi afetado pela liberação da importação no governo Collor e pelo seu alto preço, quando parou de fabricar era o carro mais caro do Brasil.

A Companhia Geral de Motores do Brasil S.A. (General Motors do Brasil) se instalou no Brasil em 1925 no bairro do Ipiranga em São Paulo, montava carros com peças importadas vindas dos Estados Unidos. A General Motors já erá um conglomerado de montadoras e aqui montou carros das marcas Buick, Oldsmobile, Chevrolet, Oakland, Cadillac e Pontiac a produção não passava de 25 carros por dia. Até 1927 a produção chegou a um total de 50.000 unidades montadas e com isso a necessidade de expandir, a fábrica do bairro do Ipiranga já operava no limite.

Foi quando em 1929 sua nova fábrica em São Caetano ficou pronta para operar, mas por conta do “Crash” na Bolsa de Nova York as vendas despencaram com força, chegando apenas a 1.566 unidades vendidas em 1932, pois o café, principal produto de exportação brasileiro, não tinha mais compradores externos e com isso o Brasil foi afetado com força pela crise.
Bem para frente, no ano de 1957, a GMB lança seu primeiro caminhão brasileiro, o Chevrolet Brasil; em 1959 inaugura sua nova fábrica em São Bernardo do Campo para a produção da Chevrolet Brasil e do Chevrolet Amazonas inicialmente. Em 1966, a GMB anunciava o “Projeto 676”, projeto de se construir um carro de passeio brasileiro e no ano de 1968 surge o Chevrolet Opala, o primeiro carro de passeio produzido pela GMB.

A plataforma usada no Opala foi de um modelo da também subsidiária da GM a alemã Opel, o modelo em questão era o Opel Rekord C.

O Rekord C oferecia versões com 4 opções de motorização, 1.5 litros, 1.7 litros, 1.9 litros todos com 4 cilindros e um modelo de 6 cilindros com 2.2 litros. Aqui a GMB optou por usar a mecânica no Opala de 6 cilindros modificada do Chevrolet Impala de 3.8 litros e uma mecânica de 4 cilindros de 2.5 litros.

Em 1970, as primeiras mudanças no Opala, surgem as versões Especial, Luxo, Grand Luxo e a versão SS (Separed Seats – Assentos Separados), além do motor de 6 cilindros ter sido aumentado de 3.8 litros para 4.1 litros. No ano de 1972 surge o modelo coupé duas portas e sem coluna, um verdadeiro fastback, em 1974 começa a usar o motor de 4 cilindros o 151 com mais cavalos que o modelo anterior.


Mais mudanças mecânicas aparecem em 1974, caixa automática e uma nova suspensão dianteira foram incorporadas, o número de Opalas produzidos já passava dos 300 mil. No ano de 1975 a versão Grand Luxo é substituída pela versão Comodoro e a versão Station Wagon é lançada, a Caravan.

A versão do Opala 76 manteve as linhas do ano anterior, mas veio com o motor mais apimentado a versão 250-S tendo 171 HP de potência, até 1979 as mudanças foram somente nas cores, acessórios e algumas melhorias mecânicas além da Caravan SS lançada em 78. No ano de 1980 o carro novamente passa por toda uma reestilização, no ano de 80 foram as últimas versões SS, em 1981 surge a versão Diplomata que passa a ser a versão mais luxuosa do carro, em 85 a grade dianteira muda, acrescida de dois faróis de milha.


Os últimos anos, em 1988 o carro passa por nova roupagem até 1990 que foi o último ano da versão coupé. Em 1991 foi a última mudança do Opala, a versão Collectors foi a versão de despedida com 100 unidades produzidas.


Ao total de mais de 1 milhão de unidades produzidas o Opala se despede dos seus admiradores em 16 de Abril de 1992 deixando saudades. Muitos carros nacionais utilizaram sua mecânica, como o Puma GTB e o Santa Matilde. O Chevrolet Opala participou de inúmeras competições, provas de 24 horas, Stock Car, Turismo, Rally ainda hoje são grandes campeões das provas de arrancada.



O recorde brasileiro de velocidade foi quebrado pelo Opala em 1990, na estrada Rio-Santos, foi atingido 303,157 km/h com o piloto Fábio Sotto Mayor.

O Chevrolet Opala é um grande carro para começar o hobby de carros antigos, ótimo carro para preparação, seu motor por ser praticamente um motor de caminhão é muito “estrangulado” e pode chegar com pouco trabalho a 300 HP, Opalas de arrancada beiram os 2000 HP, mas com uma preparação extrema.


Fontes – Opala Clube do Paraná, Opala Clube de Mairiporã, Chevrolet Club Brasil de Carros Antigos, Revista Oficina Mecânica, Revista Quatro Rodas, General Motors do Brasil, Flatout.
Advertência!
Ao encontrar com proprietários de Opala – NUNCA pergunte quanto ao consumo e NUNCA de maneira nenhuma sugira utilizar GNV a fim de economizar combustível, o proprietário pode se descontrolar e pode ser muito perigoso, essa advertência vale para proprietários de Fords Mavericks, Landaus e Dodges! 😉
Na nossa oficina fazemos a manutenção, preparação e restauração de alguns Opalas, os mais antigos são mais fáceis de se encontrar peças sobressalentes, os de 1991 e 1992 são mais difíceis. Os SS originais são os que mais têm valor; se for comprar o seu, sugiro começar com os de 80 a 87 são os que têm menos valor de mercado, mas não deixam nada a desejar aos outros modelos.
Evite mudanças estéticas no exterior do veículo, caso não esteja mais 100% original, não tenha pena de envenenar seu motor, um motor 6 cilindros bem preparado soa como música para quem gosta de carros antigos. É muito comum a preparação com injeção eletrônica mas a carburada ainda é bem predominante no mundo dos Opalas.


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