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Papa Francisco, um progressista herético

De forma breve, este texto examina três eixos centrais de controvérsia de posturas adotadas pelo papa

Lawrence Maximus - 29/04/2025 14h32

Papa Francisco Foto: EFE/EPA/Vatican Media

O pontificado do papa Francisco foi marcado por declarações e ações que desafiam a doutrina tradicional do cristianismo histórico. De forma breve, afirmo que além de sua militância progressista, Francisco é um herege.

Este texto examina três eixos centrais de controvérsia: posições ambíguas sobre moral sexual,
ruptura com narrativas bíblicas fundamentais e negligência no combate à pedofilia e promoção da ideologia de gênero.

1. Posições ambíguas sobre moral sexual

  • “Quem sou eu para julgar?” (2013)
    Em resposta a uma pergunta sobre padres homossexuais, Francisco declarou: “Se uma pessoa é gay e busca a Deus, quem sou eu para julgar?” (Conferência de Imprensa, 2013).

O catolicismo ensinou que atos homossexuais são intrinsecamente desordenados (Catecismo da Igreja Católica, §2357). A frase do papa foi interpretada como uma normalização da homossexualidade.

Entretanto, a tradição reformada sempre afirmou a clareza (perspicuitas) das Escrituras em questões morais. Neste aspecto, as posições de Francisco demonstram grave afastamento. Romanos 1:26,27 classifica relações homossexuais como “contra a natureza”; ou seja, um grave pecado.

  • Francisco liberou a bênção de uniões irregulares (2023)
    O documento Fiducia Supplicans (2023) permitiu que padres abençoassem casais do mesmo sexo, sob o argumento de que são “gestos pastorais” (Dicastério para a Doutrina da Fé, 2023).

Críticos, como o cardeal Raymond Burke, argumentam que a declaração papal normalizou uma conduta tradicionalmente vista como pecaminosa (Burke, 2014, Divine Love and the Defense of Truth).

Levítico 18:22 e 20:13: proíbem explicitamente relações homossexuais. 1 Coríntios 6:9-10: inclui “efeminados” e “sodomitas” entre os que não herdarão o Reino. Confissão de Westminster (1647): define o casamento como união entre “um homem e uma mulher” (Cap. XXIV). Catecismo de Heidelberg (1563): Na Q.108, condena “todas as impurezas” fora do matrimônio heterossexual.

Ruptura com narrativas bíblicas fundamentais

  • O Jardim do Éden como “mito” (2014)
    Francisco afirmou em 2014: “O pecado original é um mito explicativo, e Adão e Eva representam a humanidade”.

O bispo Athanasius Schneider afirmou que essa visão “nega a base da Redenção” (Crisis Magazine, 2020). Portanto, declaração do Éden como utopia: nega a historicidade de Adão (e é contrária a Romanos 5:12-19).

  • Apoio ao evolucionismo sem reservas
    Francisco declarou que “Deus não é um mago com varinha de condão” (2014), rejeitando o criacionismo literal.

Bispos tradicionalistas acusaram-no de relativizar o Gênesis. A teologia reformada insiste na historicidade de Gênesis 1-3 como fundamento da doutrina da Queda. Francisco minou este pilar.

Evolucionismo irrestrito: conflita com a doutrina bíblica da criação (Hebreus 11:3).

Negligência no combate à pedofilia e promoção da ideologia de gênero

  • Pedofilia na Igreja
    Francisco demitiu o conservador cardeal Müller (2017), que investigava abusos. Protegeu bispos acusados, como Bishop Zanchetta (Argentina).

 

  • Promoção da ideologia de gênero
    O papa teve encontros com ativistas LGBT no Vaticano.

Sínodo da Amazônia (2019): Uso de termos como “identidades diversas”. Documentos sinodais usando linguagem ambígua sobre “identidade de gênero”.

A tradição reformada sempre enfatizou a disciplina eclesiástica (Mateus 18:15-17). Francisco falhou como, na proteção a bispos pedófilos, pois, viola os padrões de 1 Timóteo 3:1-7.

Abertura à ideologia de gênero: subverte a doutrina da criação (Gênesis 1:27).

Conclusão
As evidências analisadas sugerem que: Francisco modificou posições morais tradicionais; reinterpretou narrativas bíblicas fundamentais, falhou em resolver crises institucionais graves.

Logo, as evidências indicam que Francisco desafiou abertamente ensinamentos tradicionais em múltiplas frentes, desde moral sexual até graves heresias. Seu estilo pastoral, popular em setores progressistas, gera divisões e rupturas profundas no catolicismo romano.

Como concluiu Herman Bavinck: “A verdadeira Igreja mantém os oráculos de Deus sem contaminação cultural” (Dogmática Reformada, Vol. 1). Pelos critérios reformados, Francisco encarnou uma heresia progressista!

“Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu pregue a vocês um evangelho diferente daquele que temos pregado, que esse seja (MALDITO) anátema” (Gálatas 1:8).

Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.

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