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O Ocidente não pode simplesmente ignorar o Talibã

Apesar do clamor das mulheres afegãs e das fortes críticas da comunidade internacional, o Talibã não está mostrando nenhuma sensatez

Lawrence Maximus - 01/04/2022 17h37

Docentes seguram cartazes durante um protesto no Afeganistão Foto: EFE/EPA

Em meio à repressão cada vez maior às liberdades da população no Afeganistão, o Talibã volta a mostrar sua face terrorista e repressora.

Meninas chorando, professoras soluçando, apresentadores de notícias que não conseguem se controlar e deixam as lágrimas rolarem… O Talibã, em 23 de março, deixou de abrir as escolas para meninas a partir da sexta série, apesar dos anúncios anteriores em contrário.

Durante meses, os talibãs deixaram o povo do Afeganistão e a comunidade internacional na espera. Eles alegaram querer criar as condições necessárias para garantir a segurança das meninas e mulheres jovens. Tanto em conversações bilaterais quanto em declarações à mídia, o Talibã havia assegurado repetidamente que as meninas afegãs deveriam ter o direito à educação.

Durante 187 dias, as meninas no Afeganistão esperaram. Apenas um dia antes do início das aulas, o Talibã divulgou uma declaração de que as escolas seriam abertas a todos. Na manhã seguinte, veio a amarga constatação: as meninas ainda não tinham permissão de frequentar a escola por razões organizacionais − como se sete meses não tivessem sido suficientes para resolver isso.

Muitos não devem ter se surpreendido que os objetivos do Talibã, ou pelo menos os adeptos da linha dura dentro do Talibã, ainda sejam os mesmos dos anos 90. Apesar do clamor das mulheres afegãs e das fortes críticas da comunidade internacional, o Talibã não está mostrando nenhuma sensatez. Em vez disso, impõem mais restrições. Por exemplo, mulheres agora não estão autorizadas a viajar dentro do país ou para o exterior sem parentes masculinos, e elas só podem ir aos parques nas cidades em dias determinados.

O Ocidente não pode simplesmente ignorar o Talibã. Caso contrário, os cadáveres que enterrou no quintal, amanhã se erguerão da terra e baterão à porta novamente. O medo de que o Afeganistão se torne de novo um refúgio para terroristas é real. Após 20 anos de operações fúteis no Afeganistão, o Ocidente não deve permitir que a história se repita.

Finalmente, as sanções internacionais agravam significativamente as dificuldades já enfrentadas pela população afegã. O Talibã vem, também, restringindo a atuação da mídia internacional, mediante as denúncias!

Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.

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