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Anne Frank e sua importância para memória do Holocausto

O diário da jovem tornou-se uma das maiores obras literárias da 2ª Guerra

Lawrence Maximus - 14/03/2022 16h28

Fotografias pertencente à coleção Otto Frank Foto: EFE/EVERT ELZINGA

Há 77 anos, morria Anne Frank. Durante os dias árduos e sombrios da Segunda Guerra Mundial, a adolescente judia escreveu em seu diário o seu cotidiano confinada no anexo secreto — hoje, um museu localizado em Amsterdã, Holanda. O diário foi dado em seu aniversário de 13 anos. E entre 12 de junho de 1942 e 1º de agosto de 1944 lhe fez companhia durante os dias mais difíceis do conflito sangrento.

Mais tarde, o diário feito com uma capa de pano xadrez, tornou-se uma das maiores obras literárias desse período. Contudo, a jovem nunca viu seu sucesso, pois veio a óbito em 1945, no campo de concentração nazista de Bergen-Belsen. Ao longo dos anos, a história de Anne Frank se popularizou e sua obra ganhou diversas adaptações literárias e cinematográficas.

Quando a irmã de Anne, Margot, foi confrontada com a deportação — supostamente para um campo de trabalho forçado —, os francos se esconderam em 6 de julho de 1942, no escritório de bastidores e armazém do negócio de produtos alimentícios de Otto Frank. Com a ajuda de alguns amigos não judeus, entre eles Miep Gies, que contrabandeou comida e outros suprimentos, a família Frank e outros quatro judeus — Hermann e Auguste van Pels e seu filho, Peter e Fritz Pfeffer — viviam confinados ao anexo secreto.

Durante esse tempo, Anne escreveu fielmente em seu diário contando o dia a dia; desde aborrecimentos comuns até o medo da captura. Ela discutiu questões típicas adolescentes, bem como suas esperanças para o futuro, que incluíam tornar-se jornalista ou escritora. O último diário de Anne foi escrito em 1º de agosto de 1944. Três dias depois, o anexo foi descoberto pelos oficiais da SS, que estavam agindo sob uma dica de informantes holandeses.

Lápide comemorativa de Anne Frank no memorial em Bergen-Belsen, na Alemanha Foto: EPA/JULIAN STRATENSCHULTE

A família Frank foi transportada para Westerbork, um campo de trânsito nos Países Baixos. E de lá para Auschwitz, na Polônia ocupada pela Alemanha, em 3 de setembro de 1944, no último transporte para deixar Westerbork para Auschwitz. Anne e Margot foram transferidas para Bergen-Belsen no mês seguinte.

A mãe de Anne morreu no início de janeiro, pouco antes da evacuação de Auschwitz em 18 de janeiro de 1945. Foi estabelecido pelo governo holandês que tanto Anne quanto Margot morreram em uma epidemia de tifo, em março de 1945, poucas semanas antes da libertação de Bergen-Belsen. Mas, em 2015, estudiosos revelaram novas pesquisas, incluindo uma análise de dados de arquivo e relatos em primeira pessoa, indicando que as irmãs poderiam ter morrido em fevereiro de 1945. Já Otto Frank foi encontrado hospitalizado em Auschwitz quando foi libertado pelas tropas soviéticas em 27 de janeiro de 1945.

Amigos que revistaram o esconderijo, após a captura da família, mais tarde deram a Otto Frank os papéis deixados pela Gestapo. Entre eles, Otto encontrou o diário de Anne, que foi publicado como Anne Frank: The Diary of a Young Girl (originalmente em holandês, 1947). Precoce em estilo e percepção, ela traça seu crescimento emocional em meio às adversidades. Nele, ela escreveu:

Eu ainda acredito, apesar de tudo, que as pessoas são realmente boas no coração.

Aspirante à escritora, Anne Frank dedicava-se integralmente ao seu diário e sonhava que após a guerra seus escritos seriam publicados. A jovem, por sua vez, nunca viu seu sonho ser realizado, mas a sua importância para a História é inestimável. O Diário, que foi traduzido em mais de 65 línguas, é o diário mais lido do Holocausto, e Anne é provavelmente a mais conhecida das vítimas.

Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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