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A Festa de Purim e a Guerra Rússia-Ucrânia

A festa mais alegre do calendário judaico comemora a vitória do povo judeu sobre seu maior inimigo

Lawrence Maximus - 17/03/2022 10h00

Jovens judeus usam fantasias antes do feriado de Purim Foto: EFE/EPA/ABIR SULTAN

A Festa de Purim começou na noite desta quarta-feira e vai até a noite desta quinta (17). Israel e as comunidades judaicas da Diáspora celebram a festa de Purim – a história da rainha Ester.

Purim, a festa mais alegre do calendário judaico, comemora a vitória do povo judeu sobre nosso maior inimigo, Amalek – símbolo do mal no mundo – que foi personificado por Hamã, responsável por arquitetar um plano de genocídio contra os judeus da antiga Pérsia. Essa é uma das histórias mais fascinantes da Bíblia.

Conta a história bíblica: para salvar seu povo, Ester teve que enfrentar o rei. Por isso, ciente do grave perigo, pediu a Mardoqueu: “Vá e reúna todos os judeus que estão em Shushan e jejuem durante três dias e três noites”. Jejuando e pedindo perdão por todas suas falhas, os judeus de Shushan buscavam a Proteção Divina. Apelaram para a Misericórdia Divina, pois sabiam, assim como Ester, que somente com a ajuda do Todo-Poderoso poderiam conseguir a anulação do decreto fatal.

Deus ouviu as orações, interviu e o Seu povo recebeu o milagre. Ester e Mardoqueu frustraram o plano diabólico de Hamã para exterminar o povo judeu. Depois do milagre e livramento de Deus, Ester, uma jovem órfã sofrida e corajosa, tornou-se rainha da Pérsia, um exemplo de vida e fé.

Pessoas apoiam à Ucrânia durante o feriado de Purim na Polônia Foto: EFE/EPA/Lukasz Gagulski

A GUERRA RÚSSIA-UCRÂNIA
A Festa de Purim comemora a salvação do povo judeu do plano de Hamã de “destruir, matar e aniquilar todos os judeus, jovens e velhos, crianças e mulheres, em um único dia”, ocorrida na Pérsia antiga. Hodiernamente, evidenciamos a invasão russa na Ucrânia, diante desse plano maligno e atroz. Por intermédio de Putin, os russos cometem crimes de guerra, violações dos direitos humanos e atos terroristas.

Sobretudo, gostaria de destacar algumas semelhanças e fazer uma analogia entre o primeiro-ministro Hamã e o presidente Putin. Todavia, a razão oficial para atacar os ucranianos – seu líder, Zelensky, pelo fato de recusar-se a se curvar perante ele.

O presidente russo Vladimir Putin Foto: EFE/EPA/MIKHAIL KLIMENTYEV / KREMLIN POOL / SPUTNIK

Primeira, ambos são cruéis e mestres em maquinações maléficas.
Hoje, Putin está focado em seus objetivos – determinado sobre sua ideologia e missão. Ao mesmo tempo, está constantemente enganando o mundo e disseminando mentiras sobre aqueles a quem odeia – especialmente os ucranianos. O mesmo que Hamã no passado a respeito dos judeus.

Segunda, são insaciáveis pelo desejo de poder.
Putin destrói qualquer um que esteja em seu caminho. Proclama amar o povo que representa, mas não hesita em sacrificar quantos deles for necessário para atingir seus objetivos. A exemplo de Hamã.

Terceira semelhança e última, ainda mais reveladora, têm um ódio violento e obsessivo pelos ucranianos/judeus.
Putin emprega o terror, violência, assassinato e tortura para subjugar e destruir esse povo – e gosta de fazê-lo. É um ódio que o consome. Hamã foi literalmente consumido por seu ódio.

Portanto, Purim é uma festa que celebra libertação e vitória sobre a morte, a opressão e o livramento de um genocídio – que a memória de Purim traga o fim da guerra e do massacre na Ucrânia!

Feliz Purim!

Lawrence Maximus é cientista político, analista internacional de Israel e Oriente Médio, professor e escritor. Mestre em Ciência Política: Cooperação Internacional (ESP), Pós-Graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação, Pós-Graduado em Antropologia da Religião e Teólogo. Formado no Programa de Complementação Acadêmica Mastership da StandWithUs Brasil: história, sociedade, cultura e geopolítica do Oriente Médio, com ênfase no conflito israelo-palestino e nas dinâmicas geopolíticas de Israel.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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