O sacerdote do confisco
Haddad fala em equilíbrio fiscal como um seminarista que decora o latim sem jamais entender o Evangelho
Juliana Leite - 20/10/2025 09h22

Há algo de quase poético — se a poesia pudesse cheirar a mofo e fracasso — em ver Fernando Haddad exercendo o papel de ministro da Fazenda. Ele fala em equilíbrio fiscal como um seminarista que decora o latim sem jamais entender o Evangelho…
E, no entanto, ali está ele, no altar do Ministério, recitando números, invocando reformas e inventando tributos como quem tenta remendar um barco já apodrecido pela água do próprio Partido dos Trabalhadores. Não é um ministro: é um encenador de improvisos, um burocrata perdido entre siglas e déficits.
Sob o comando dele — e de seus patronos de vermelho — as estatais, outrora símbolos de soberania, tornaram-se caricaturas de si mesmas. Empresas públicas que, até pouco tempo atrás, davam lucro e orgulho nacional, foram transformadas em cofres de conveniência e cabides ideológicos.
O governo anterior havia deixado as contas no azul, mas o PT conseguiu o prodígio de inverter o milagre: onde havia superávit, semearam rombo; onde havia eficiência, plantaram aparelhamento.
Inventar impostos se tornou sua religião. É o sacerdote do confisco, o homem que transforma a culpa fiscal de um governo em penitência coletiva. Cada novo tributo é um gesto de desespero travestido de política.
E o país, atônito, vê o que era lucro se converter em lamento — como se a incompetência e roubalheira fosse agora a única política de Estado que o PT domina com verdadeira maestria.
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Juliana Moreira Leite é jornalista especialista em cultura, escritora e curiosa. Nesse espaço vai falar sobre assuntos da atualidades sob a sua visão. |
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