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Opinião JR Vargas: Estive preso…

A população carcerária é gigantesca. O sistema prisional sofre duras e contundentes críticas

JR Vargas - 25/04/2018 13h15

Na história do cristianismo muitos sofreram as agruras de uma prisão. João, o batista, experimentou o ódio de Herodias e o pavor de Herodes e, por isso, conheceu o cárcere. Ele denunciava as maldades do tetrarca da Galileia e o estranho matrimônio com sua cunhada, casada com seu meio irmão. Herodes, apesar de tudo, gostava de visitar João na prisão e de ouvi-lo. O problema é que isso assustava Herodias que temia o convencimento do marido e o consequente abandono, ficando sem o atual e o anterior. A morte de João foi por esse motivo.

Tiago, irmão de João, o discípulo, sofreu uma morte cruel enquanto estava preso. Ele foi morto ao fio da espada. Pedro, também aprisionado na mesma época, teve um fim diferente. Ele recebeu a ilustre visita de um anjo, que, aliás, o acordou, acendeu uma luz, orientou que se vestisse e o conduziu numa libertação extraordinária.

João escreveu o Apocalipse enquanto se encontrava aprisionado na Ilha de Patmos. Paulo, certamente o mais famoso encarcerado no Novo Testamento, precisou conviver por cerca de uma década com a privação da liberdade, em Jerusalém, Cesárea e Roma. As famosas “cartas da prisão”, Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom, nasceram nos dias sofridos e difíceis do apóstolo Paulo. Poderia mencionar outras situações extremas e até lembrar de José, já no Egito, preso, sem a presença dos familiares, entregue plenamente aos desígnios de Deus.

Foi Jesus quem disse que os presos devem ser visitados. No mínimo, está estabelecido o princípio do não abandono e da não desistência. Em Mateus 25:34-40, Jesus disse: “Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram. Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’ O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’”.

A população carcerária é gigantesca. O sistema prisional sofre duras e contundentes críticas. E, por estas e aquelas razões, a Igreja deve cumprir os desígnios do Senhor e lembrar-se dos encarcerados, ainda que por motivos opostos, como os mencionados neste texto. Nossos irmãos perderam a liberdade física, mas não a espiritual. E, ainda hoje, muitos presos são livres e outros livres estão presos espiritualmente. Não se esqueça dos aprisionados. Seja física e/ou espiritualmente.

JR Vargas é pai do Lucas Campos Vargas; Pastor Plantador da Igreja Presbiteriana das Américas, na Barra da Tijuca, RJ; Radialista, Apresentador do Debate 93, da Rádio 93FM; Escritor; Graduado e Pós-graduado em Comunicação Social e Teologia.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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