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Opinião Josué Gonçalves: O desejo de mudar é uma grande prova de amor

Todos nós estamos em processo de cura e de libertação. Não existe uma pessoa que possa dizer: “Eu não preciso melhorar em nenhuma área”

Josué Gonçalves - 03/03/2018 08h00

Prezado leitor do Pleno.News, você já pensou que “Ninguém pode dizer que ama se não deseja mudar”(Mt 5:3)? É sobre mudança que desejo conversar hoje, com você.

Mudar alguma coisa dentro de nós é sempre um grande desafio porque mexe em áreas que na maioria das vezes não queremos que ninguém toque. A pergunta-chave quando refletimos sobre esse tema é: “Por que todos nós relutamos tanto em mudar?”.

A resposta parece simples mas não é, pois, para que haja mudança verdadeira, é necessário reconhecimento (autocrítica), renúncia, perseverança, disciplina e coragem. E tudo isso só é possível se houver humildade.

O casamento em si já exige mudanças significativas porque não há como manter um relacionamento a dois de forma séria vivendo como se fosse uma pessoa solteira.

Certo dia, em um seminário que tratava sobre o tema Família, eu ouvi de um senhor casado a seguinte frase: “Como marido e como pai, sou nota 10. Eu vim até aqui apenas para acompanhar minha esposa”. Ao ouvir aquela autoavaliação, peguei um questionário que tenho que trata exatamente sobre O perfil do marido ideal e pedi a ele que respondesse as 30 perguntas, explicando: “Aqui, as notas vão de 0 a 10. Se você tirar de 8 para cima, você está liberado para ficar na piscina do hotel e não vai precisar assistir a nenhuma palestra, pois estará, sim, muito bem classificado”. Quando ele terminou de responder as perguntas e conferiu a pontuação, veio até mim e disse: “Pastor, o senhor precisa orar por mim. Tirei nota 3”.

Todos nós estamos em processo de cura e de libertação. Não existe uma pessoa que possa dizer: “Eu não preciso melhorar em nenhuma área”.

Considerando que todos nós temos que melhorar em algum setor de nossas vidas, quero lhe sugerir que faça o teste a seguir. Pegue um papel e caneta e vá marcando cada questão que você considera ser um ponto a trabalhar em sua vida. Seja honesto consigo mesmo.

Como MARIDO, reconheço que sou:
1. Indeciso
2. Insensível
3. Ciumento
4. Passivo
5. Consumista
6. Mal-humorado
7. Crítico
8. Camaleônico (mudo o comportamento de acordo com o ambiente)
9. Explosivo
10. Brincalhão (brinco o tempo todo)
11. Democrático (sempre transfiro responsabilidades)
12. Preguiçoso
13. Liberal
14. Inflexível
15. Agressivo
16. Perfeccionista
17. Desorganizado
18. Viciado em trabalho
19. Pessimista
20. Inseguro
21. Impaciente
22. Desligado
23. Indisciplinado

Como ESPOSA, reconheço que sou:
1. Insubmissa
2. Dominadora
3. Desleixada
4. Consumista
5. Mal-humorada
6. Preguiçosa
7. Passiva
8. Ansiosa
9. Faladeira
10. Autoritária
11. Ciumenta
12. Passeadeira (gosto de “bater perna”)
13. Camaleônica (mudo o comportamento de acordo com o ambiente)
14. Vaidosa ao extremo
15. Eterna descontente
16. Perfeccionista
17. Desorganizada
18. Viciada em trabalho
19. Pessimista
20. Insegura
21. Impaciente
22. Desligada
23. Indisciplinada

O primeiro passo a ser dado para que haja mudanças necessárias é reconhecer onde precisamos mudar. Minha esposa, Rousemary, e eu aprendemos logo no início da caminhada conjugal, há 24 anos, que o segredo para se construir um casamento duradouro e feliz é manter-se aberto às mudanças.

O casamento pode nos libertar de nós mesmos
Quando uma pessoa se casa, ela acaba levando consigo hábitos negativos, como traumas da infância e vícios, além de uma bagagem emocional e espiritual adquirida e desenvolvida na família de origem.

Dentro dessa “mochila”, que cada um traz da casa dos pais, muita coisa boa que deve ser preservada e outras tantas ruins devem ser eliminadas. Isso faz parte do processo de libertação. A forma como você foi criado dentro seu núcleo familiar, ou seja, a sua referência paterna e materna e o que você ouviu e viu desde criança, passando pela adolescência, acabou moldando sua forma de pensar e de agir. Se a família de origem era disfuncional e o padrão que se tinha para seguir era ruim, isso foi internalizado como valores que determinam o comportamento. Eis a razão porque na escola chamada casamento ambos, marido e mulher, têm que substituir o que foi aprendido de forma “errada” por aquilo que é considerado certo, justo e honesto. O comportamento e o estilo de vida de uma pessoa só mudam quando há mudança de mentalidade. Tudo começa a partir da forma de como pensamos.

Não há um homem ou uma mulher que possa dizer: “Eu me casei com uma pessoa completamente liberta, curada e perfeita”. O casamento é a união entre duas pessoas cheias de imperfeições, pecadoras e limitadas.

Sabemos que durante o namoro, o período de noivado e também no início do casamento, o casal vive um tipo de amor-sonho. Ambos não enxergam a realidade, mas cada um projeta no outro aquilo que idealizou ou sonhou como parceiro(a) ideal. Quando estou proferindo minhas palestras, costumo dizer aos casais que todo quadro a distância é perfeito, porém, ao nos aproximarmos dele, percebemos algumas imperfeições na obra do artista.

O casamento traz à tona aquilo que a distância estava escondido. À proporção que cresce a familiaridade entre o casal, vão também surgindo os defeitos, as manias e os hábitos negativos. Quando isso acontece, é imprescindível a participação do cônjuge no processo de libertação e cura.

Josué Gonçalves É terapeuta familiar, escritor, pastor e apresentador do programa Família Debaixo da Graça, transmitido pela RedeTV!. Trabalha com o tema Família há 27 anos.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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