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Encapsule rebeldias

Muitas coisas podem ser ditas, mas uma coisa que muitos ignoram e que faz toda diferença é encapsular o problema

Josué Valandro Jr. - 30/03/2019 11h20

Quer uma boa dica? Encapsule rebeldias Foto: Pixabay

Você sabe lidar com problemas de rebeldia em sua corporação, em sua família, em seu ambiente de interação seja ele qual for? Muitas pessoas quando têm um problema assim, não sabem como lidar da melhor maneira com o mesmo.

Diante dos problemas de rebeldia, eis as posturas que normalmente notamos:

A primeira é fingir que a rebeldia não existe. Esta pessoa está evitando a consciência de que precisa buscar a solução de um problema, o que pode gerar aumento do problema e até chegar à condição de não ser mais possível, de forma natural, resolver a questão, quando finalmente se tentar agir. É o caso de alguém que está sentindo dores terríveis no peito, mas decide acreditar que não é nada demais, evitando ir ao médico. Quando procura auxílio, descobre que o mal se alastrou, e nem uma cirurgia ou tratamento pode reverter o caso.

A segunda postura é postergar a tentativa de solucionar o problema. Esta é a crença de que o tempo resolve as coisas. E o tempo não resolve nada. É uma mentira. Na verdade, o tempo tende a agravar problemas relacionais e de rebeldia que não são tratados. Dores, mágoas, decepções acabam se transformando em feridas infeccionadas, que matam o humor e os sonhos. O rebelde acaba contagiando pessoas, que podem aderir ao espírito de rebeldia. Um câncer pode tomar a organização.

A terceira postura é o enfrentamento do problema. Esta é a atitude sábia de alguém que entende que o problema relacional não enfrentado no início pode vir a ser um inimigo invencível mais tarde. Costumo dizer que a primeira rebeldia é sempre a menor. Atos falhos não tratados geram permissividade, desvios no trato e ainda influenciam outros a terem posturas similares. Como exemplo posso citar que não foram poucas as vezes que tratei famílias nas quais o marido teve comportamentos desrespeitosos desde o início do casamento, e estas coisas não foram tratadas. O tempo passou, os filhos vieram, e estes também tratavam a mãe com a mesma agressividade e desrespeito que aprenderam com o pai.

Certamente os problemas de rebeldia são os promotores de muitas discussões, deslealdades, decepções, perdas de emprego, fim de amizades, cisões corporativas, afastamento de grupamentos sociais, violências e até mortes.

Como tratar os problemas de rebeldia? Muitas coisas podem ser ditas, mas uma coisa que muitos ignoram e que faz toda diferença é encapsular o problema. O que quer dizer isso? Significa que, se eu tenho um problema com uma pessoa na empresa, na igreja, na escola, ou em qualquer lugar, uma boa medida para tratar a situação é ir primeiro até as pessoas mais próximas daquele com quem tenho problema de rebeldia e, de alguma maneira, dizer algo que prepare este coração para frear a pessoa rebelde, caso esta o procure.

O rebelde, ao ser confrontado, normalmente se revolta no primeiro momento e procura apoiadores para sua rebeldia, usando de todos os artifícios, inclusive a mentira e a vitimização. Seu objetivo é angariar adeptos para sua causa. Se as pessoas ao redor dele foram conscientizadas, ainda que sem detalhes, de que algo está estranho na relação com o rebelde, ao menos haverá grande chance de não acreditar de pronto em tudo que o rebelde disser e, quem sabe, poderá até aconselhá-lo em direção a um arrependimento?

Quer uma boa dica? Encapsule rebeldias.

Josué Valandro Jr. é o pastor presidente da Igreja Batista Atitude da Barra, no Rio. Mestre em Teologia pelo Southeastern Baptist Theological Seminary, na Carolina do Norte (USA), se graduou pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e também em Informática pela PUC-RJ. Possui pós-graduação em gestão estratégica de recursos humanos pela UNILESTE-MG. Casado com Bianca, Valandro é pai do Lucas e do Gabriel. Acompanhe no Instagram, Facebook, Twitter e Youtube.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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