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Empreendedorismo em meio ao caos

Surpreende ver casos de pessoas que começaram um projeto de sucesso a partir da dificuldade, da escassez, do sofrimento

Josué Valandro Jr. - 18/03/2019 14h58

Artistas cubanos Foto: Pixabay

O avanço de uma instituição ou o destaque em um desempenho individual sempre atraem os olhares das pessoas. Uma empresa que começa pobrezinha e se torna uma campeã de vendas, ou uma pessoa que tem um desempenho fenomenal como artista, desportista, vendedor, mobilizador em qualquer segmento, sempre despertarão a curiosidade daqueles que tentam entender como elas chegaram ao sucesso.

Em algumas circunstâncias, a plataforma de lançamento do sucesso destas pessoas se dá pelo que alguém fez antes delas. É o caso de um filho que assume uma empresa bem administrada por seu pai e, à partir daí, dá sequência a um projeto ainda mais vencedor. Mas, existem casos em que o sucesso vem como fruto da ação de uma pessoa ou grupo, à partir do zero, do nada. A ideia e a execução do projeto começam com estas pessoas.

Surpreende ainda mais, e não é menos frequente, ver casos de pessoas que começaram um projeto de sucesso a partir da dificuldade, da escassez, do sofrimento.

Numa viagem à Cuba vi isso bem de perto. A população não tem quase nada no sistema de provisão através do estado. O socialismo no país decreta a miséria, a fome, a escassez de quase tudo, da comida ao produto de higiene pessoal. Foge bastante deste sofrimento, o bolsão capitalista da Ilha, que é o turismo. No turismo, se oferecem serviços e produtos a preços mais ou menos tabelados e o turista salva a economia de muitas famílias com seu consumo.

Mas, o que me surpreendeu junto ao amável povo cubano, foi a capacidade de empreender em meio ao caos. A escassez gera na população um sentimento de que, ou eles ganham um dinheiro por fora do sistema de governo, ou terão que viver na miséria. Isto faz com que vejamos uma população que se vira para fazer dinheiro. Vemos bicicletas conectadas a cabines para serviço de táxi. Vemos carros antigos send alugados para passeios. Encontramos artesanatos, pinturas, e variados utensílios para venda. Encantam os turistas também, artistas populares com seus violões, apresentando belas músicas portenhas. Alguns restaurantes adornam sua culinária com apresentações musicais, vestimentas típicas, decorações diferenciadas e diversificados pratos locais. E ainda não é incomum ver pessoas que vendem os famosos charutos cubanos na rua, pois estes fazem parte do pagamento que os trabalhadores das fábricas cubanas recebem. Enfim, em Cuba se vê um povo que resiste ao seu sofrimento com empreendedorismo, dentro do quadro de oportunidade que possuem: o turismo.

VALE A REFLEXÃO:
O caos não define um destino. O caos pode, inclusive, ser o agente motivador para uma análise sobre como empreender e transformar a dor do caos em força para fazer dar certo. São muitos os exemplos de empresários bem sucedidos que começaram como empregados de menor importância nas corporações onde estavam inseridos, mas que aprenderam algo, desenvolveram uma ideia e acreditaram nela, tornando-se exemplos de superação e sucesso.

Não despreze seu caos! Faça dele uma iniciativa com a crença de que sua dor, seu sofrimento, serão impulsionadores do seu sonho.

Josué Valandro Jr. é o pastor presidente da Igreja Batista Atitude da Barra, no Rio. Mestre em Teologia pelo Southeastern Baptist Theological Seminary, na Carolina do Norte (USA), se graduou pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e também em Informática pela PUC-RJ. Possui pós-graduação em gestão estratégica de recursos humanos pela UNILESTE-MG. Casado com Bianca, Valandro é pai do Lucas e do Gabriel. Acompanhe no Instagram, Facebook, Twitter e Youtube.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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