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Fábio Guimarães - 03/07/2017 17h57

O Brasil passa por um momento difícil no que diz respeito às questões políticas e econômicas. Essas duas ciências sociais são interligadas e seu descompasso é refletido em ciclos de instabilidade social como este que vivemos.

No que tange à empregabilidade, os últimos dois anos e meio foram extremamente complicados para os trabalhadores brasileiros. Segundo dados do Ministério do Trabalho, perdemos mais de 2 milhões e 800 mil postos de trabalho em nosso país. No Estado do Rio de Janeiro não foi diferente; o saldo de empregos formais ficou negativo em quase 500 mil postos de trabalho, refletindo diretamente na qualidade de vida das famílias.

Todos os setores econômicos foram atingidos pela crise do emprego, com destaque para o setor da indústria de transformação, com redução de quase 900 mil postos de trabalho (31,82% do número total de empregos eliminados no período). No setor da construção civil, tivemos uma redução de mais de 800 mil empregos (28,39% do total). E por fim os números relacionados ao setor de serviços refletem o fim de mais de 600 mil postos de trabalho (21,35% do total).

São números desoladores, reflexos da desaceleração econômica do país, do ambiente de incertezas que cria insegurança jurídica, e, principalmente, da crise ética, moral e política que nos assola.

Quais expectativas? Destacamos três fatores.

Primeiro, do ponto de vista nacional, a normalidade do ambiente político é um importante fator para diminuição das incertezas; quanto maior o grau de incerteza, menor o grau de investimento e vice-versa. O país precisa de segurança jurídica. Esse fortalecimento institucional é dever das organizações nas três esferas de Montesquieu, Executivo, Legislativo e Judiciário.

Segundo, do ponto de vista estratégico, o Brasil tem o enorme desafio de fomentar e desenvolver sua economia de forma integrada. Para isso, precisa levar em consideração as vocações regionais, otimizando as cadeias de produção de cada setor de atividades, sempre com estratégias de adensamentos produtivos. Também é preciso diminuir possíveis gargalos de infraestrutura como saneamento, transporte e energia. Essa deve ser uma constante preocupação do poder público, em todas suas esferas.

Por fim, mas não menos importante, o terceiro fator passa pelas políticas públicas de geração de emprego, trabalho e renda. Em pleno século XXI, a velocidade das informações e transformações demanda uma crescente qualificação profissional do trabalhador moderno, não apenas para exercer suas funções técnicas, bem como no entendimento geral de questões que envolvem cidadania, ambiente e interações com o mundo do trabalho. É importante a valorização do emprego formal, mantendo as garantias do trabalhador, todavia precisamos nos apropriar também das novas formas de geração de renda disponíveis, dentre as quais se destaca a economia colaborativa, a economia solidária e a possibilidade de gerir seu próprio negócio de forma desburocratizada através dos (Micro) Empreendedores Individuais – MEI/EI.

Vamos em frente! O Brasil não pode parar.

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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