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Hoje no Brasil vivemos uma exacerbação de atribuições dos poderes da República. Isso não é bom para o Brasil

Fábio Guimarães - 19/03/2019 11h32

Não é viável que “os fins justifiquem os meios” Foto: Reprodução

Bom dia, amigos leitores do Pleno.News.

Desde pequeno aprendi uma lição, sintetizada no dito popular que diz: “Cada macaco no seu galho”. Trouxe esse ditado comigo para a vida e costumo repeti-lo no trabalho com os colegas: “Você conhece a metodologia de cada macaco no seu galho?”

É por aí. Para mim a frase de infância virou uma metodologia que, por definição é “um ramo da lógica que se ocupa dos métodos das diferentes ciências”. Olhando por este ângulo, o fraterno ensinamento infantil ganha até ares de intelectualidade.

Hoje no Brasil vivemos uma exacerbação de atribuições dos poderes da República. Isso não é bom para o democracia. Temos o poder judiciário legislando através das decisões de seus tribunais, o poder executivo interferindo diretamente nas casas legislativas e agora parte do poder legislativo trabalhando para “investigar” o poder judiciário.

A população brasileira clama por mudanças estruturais com transparência, focadas no combate à corrupção, que venham de mãos dadas com melhorias na qualidade de vida, em especial nas áreas de segurança pública, saúde e educação. Só uma democracia forte e madura pode trazer consigo estas mudanças estruturais que a sociedade demanda. Não teremos uma democracia plena com interferências indevidas nos poderes da República.

O conceito de separação dos poderes é antigo; remonta a teoria de freios e contrapesos de Montesquieu, onde os três poderes formam o Estado, mas precisam atuar de forma harmônica e independente entre si.

Não tem lógica o judiciário querer a todo instante legislar com suas decisões.

Não tem lógica o poder legislativo querer instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI para investigar todo o poder judiciário. Vale ressaltar que uma CPI deve sempre ter um fato determinado, específico para investigar. Não é um “cheque em branco” para o parlamento preencher. Sem trocadilhos com a “alegoria do cheque em branco”, por favor.

Não tem lógica o poder executivo “atropelar” a agenda das casas legislativas e querer impor suas decisões sem discussão com a sociedade, representada justamente pelos integrantes das casas legislativas.

Entendo fielmente a indignação popular, comungo com seus anseios, sou parte indissociável desta mesma população, mas lembrando de outro filósofo, desta vez Maquiavel em sua célebre obra “O príncipe”, não é viável que “os fins justifiquem os meios”.

Nadar a favor da maré é sempre mais fácil. Em tempos onde o politicamente correto ganha força de verdade universal, não é fácil inserir a hastag do título deste artigo, mas tenho obrigação de expor o ponto de vista que acredito ser o melhor para todos nós.

Vamos em frente.

Fábio Guimarães é economista, formado pela UFRRJ com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC-RJ. Palestrante, consultor e debatedor, atuou por mais de 10 anos como gestor nas áreas de trabalho e renda e desenvolvimento econômico.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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