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Este jogo é “perde perde” para a sociedade e “ganha ganha” para as bancas de apostas!

Fábio Guimarães - 02/12/2020 19h56

Com o fim das eleições municipais os Deputados Federais e Senadores voltam as suas rotinas de votações remotas. Diversos projetos foram votados desta forma desde o início da Pandemia. Com certeza a tecnologia é uma aliada da população, ela elimina as fronteiras geográficas e permite que consigamos estudar, trabalhar e nos comunicar de forma eficiente mesmo neste caos mundial que vivemos.

Porem nem tudo são flores neste novo tipo de deliberação legislativa. O Parlamento, como o próprio nome sugere é a arte de parlar, falar, discutir, deliberar propostas de leis, resoluções e demais ferramentas legislativas após intensa discussão com os representantes da sociedade.

Se é verdade que as votações remotas permitem que os parlamentos não paralisem suas atividades neste momento de Pandemia também é verdade que nem de longe é satisfatória a qualidade das discussões e analises das propostas legislativas.

Neste bojo propostas que são vitais para o desenvolvimento da Nação, mas que não dizem respeito diretamente ao enfrentamento da Pandemia não deveriam ser objeto de análise e deliberação neste modelo de trabalho pois, de ponto de vista da discussão parlamentar, do “parlar”, a votação virtual é comprovadamente pobre.

Os defensores deste projetos alegam que a liberação dos jogos de azar no país acarretará num aumento significativo no número de empregos gerado

Uma série de propostas tramitam no Congresso Nacional, a sociedade precisa ficar atenta às pautas legislativas neste momento de Pandemia, trago como exemplo a pauta da aprovação dos jogos de azar no país. Dois projetos de Leis tramitam há anos no Congresso Nacional, são o PL442/91, oriundo da Câmara dos Deputados e o PLS186/2014, oriundo do Senado Federal.

Os defensores deste projetos alegam que a liberação dos jogos de azar no país acarretará num aumento significativo no número de empregos gerados, assim como o renda destes trabalhadores, porem movimentos contrários a liberação dos jogos de azar argumentam que este tipo de liberação só trará prejuízo a sociedade brasileira, tendo em vista que este “incremento de emprego e renda” seria na verdade um movimento de “canibalização econômica”, com simples transferência de empregos e rendas oriundas de outros setores da cadeia de turismo, como por exemplo hotelaria, bares e restaurantes.

Além da falácia na geração de emprego e renda os países que liberaram este tipo de jogos de azar vivem as voltas com problemas estruturais de lavagem de dinheiro, corrupção, violência, tráfico de armas e drogas, prostituição adulta e infantil e por aí vai a lista de efeitos sociais nocivos.

Estudos internacionais apontam que a cada 1 dólar gerado nas roletas, alavancas, bolinhas e carteados o Estado gasta ao menos 3 dólares com custos sociais oriundos exatamente desta atividade econômica.

Comprovadamente, jogos de azar é uma modalidade de aposta que podemos denominar de “perde perde” para a sociedade e “ganha ganha” para as bancas de apostas, políticos e empresários corruptos.

Sinal de alerta! O Brasil não deve cair neste engodo, o lobby é fortíssimo no Congresso Nacional, mas a sociedade unida e conectada é a voz que pode calar esse mau.

Vamos em frente!

Fábio Guimarães é economista, formado pela UFRRJ com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC-RJ. Palestrante, consultor e debatedor, atuou por mais de 10 anos como gestor nas áreas de trabalho e renda e desenvolvimento econômico.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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