A economia depende da política
Só o processo democrático será capaz de apontar uma solução para o nosso país
Fábio Guimarães - 07/08/2017 16h54
Desde o final de 2014, o Brasil passa por uma de suas crises econômicas mais profundas. Esforços têm sido empreendidos de todos os lados para que o país supere a queda dos índices de produção e, assim, retome a capacidade de consumo que a população teve entre 2004 e 2008. Todavia, chegamos a um ponto em que a nossa sociedade tem um grande desafio: Como vamos ter avanços no desenvolvimento econômico com o nível de nossos governantes, a corrupção endêmica, o mau uso dos recursos públicos e o fisiologismo político existente?
Essa resposta não é trivial. A mudança que desejamos será fruto de um processo, e sua velocidade dependerá do engajamento social de cada um de nós; gostando ou não da política, todos nós somos afetados por suas decisões, todos os dias. Só o processo democrático será capaz de apontar uma solução para o nosso país.
O grande estadista britânico Winston Churchil (1874-1965) disse:
“A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor do que ela”.
Ou em outra tradução: “A democracia é a pior forma de governo, excetuando todas as outras que têm sido testadas de tempos em tempos”.
A economia depende diretamente de decisões políticas. Só através da política podemos mudar uma nação, você goste ou não. A decisão do poder executivo de aumentar o PIS/COFINS teve como consequência o aumento no preço dos combustíveis em todo Brasil e apresentará consequências em praticamente todos os produtos e serviços, em função dos fretes e deslocamentos. Esse é apenas um exemplo recente, mas todos os dias existem similares.
A economia brasileira precisa de políticos estadistas, pessoas de bem, que pensem no longo prazo e não em seus interesses privados.
Mais atual do que nunca, Churchil tem muito a nos ensinar. Existe algo mais atual para o país do que outra célebre frase de sua autoria, que diz: “O político se converte em um estadista quando começa a pensar nas próximas gerações, e não nas próximas eleições”.
Fábio Guimarães é economista, formado pela UFRRJ com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC-RJ. Palestrante, consultor e debatedor, atuou por mais de 10 anos como gestor nas áreas de trabalho e renda e desenvolvimento econômico. |