Os 5 desafios da família recasada
Apesar dos desafios, as famílias recasadas apresentam grandes potencialidades como unidades de saúde e satisfação de seus integrantes
Ellen Sarmento - 10/08/2018 14h53
Queridos leitores do Pleno.News, hoje, desejo compartilhar sobre o que é a família recasada e quais são os desafios que ela enfrenta.
Primeiramente, a família recasada enfrenta desafios em sua união, adaptação dos filhos, administração, sentimentos experimentados e expectativas para o futuro. Esses obstáculos podem ser contornados e vencidos.
Vamos então descobrir quais são eles?
1. A RECONSTRUÇÃO DE UMA NOVA RELAÇÃO CONJUGAL
É muito importante pontuar isso, a reconstrução. Assim como o papel do filhos do casamento anterior, nessa relação, e os novos ajustes no sistema fraternal (relação entre irmãos).
Trata-se de um processo de transição e reconstituição entre famílias, que se caracteriza, na maioria das vezes, como um período de crise até o seu devido ajuste em virtude da construção familiar não acontecer de forma gradativa e sim através de rearranjos.
2. JOGO DE CINTURA
As questões que são trazidas para o novo casamento, já existentes, como, a demanda de filhos, rotina e responsabilidade, fazem com que esse casal tenha alvos definidos a serem trabalhados no relacionamento e desafios constantes a serem vencidos.
Conclui-se que o casal é acometido por problemas relacionados à falta de privacidade e tempo para si em virtude de suas vidas já serem estruturadas. E a construção de uma relação com bases em dados de realidade e não mais idealizações.
3. O IDEAL PERDE ESPAÇO PARA O REAL
É importante mencionar que nessa altura do relacionamento todo nível de idealização perde espaço para o real e o afeto se consolida de forma madura e não muito romanceada.
Um aspecto bem importante para o bom prognóstico da família recasada são os fatores relacionados à evolução pessoal de cada um. Outro aspecto é a respeito de ser bem desenvolvido quanto ao processo de separação. Não realizando nenhuma projeção no relacionamento atual em detrimento do que foi vivido no passado.
4. ABAIXO OS CONFLITOS
Há um ponto de grande relevância aqui; de nada adianta ingressar em um novo casamento se existem questões pendentes em termos afetivos e emocionais trazidas do relacionamento anterior.
A melhor forma do recasamento dar certo é não trazendo conflitos da antiga relação. Os motivos mais comuns atribuídos ao fracasso do recasamento estão relacionados a problemas envolvendo os ex-cônjuges. E também a dificuldade para lidar com os filhos do casamento anterior.
Muito frequentemente, os casais em seus papéis de madrasta e padrasto colocam-se em condição de disputa e competição com seus enteados. Esses problemas são agravados principalmente quando existem questões de ciúmes ou não aceitação por parte do pai ou mãe do enteado(a).
É de grande relevância que haja compreensão de que existe uma história anterior a qual não pode ser apagada, principalmente quando existem filhos.
A verdade é que o recasamento se inicia a partir do meio de um caminho já percorrido e sucede o ciclo de vida de uma família anterior.
5. DESENVOLVENDO NOVAS HABILIDADES
Podemos ter um foco de visão a respeito do aspecto negativo em função de existir uma bagagem que armazena memórias, aprendizagens e cicatrizes representando ser uma ameaça na vida do novo casal. Ou podemos ter uma visão de modo positivo, através da interpretação de ser uma experiência que poderá auxiliar como um guia naquilo que pode ser repetido, aprimorado ou deletado.
Entre os desafios e habilidades a serem desenvolvidas por parte dos casais, para que a nova relação possa dar certo podemos destacar:
- tolerância,
- paciência,
- flexibilidade,
- confiança e
- entendimento.
Assim, conclui-se que os quatro primeiros anos de convivência são bastante delicados, exigindo do casal e dos seus filhos maior flexibilidade e paciência para alcançar uma integração familiar.
Mas a boa notícia é que embora os membros dessa nova configuração demonstrem uma grande dificuldade, quanto ao exercício de seus papéis, as famílias recasadas apresentam grandes potencialidades como unidades promotoras de saúde e satisfação para seus integrantes.
Ellen Sarmento é psicóloga clínica e palestrante, com formação em terapia sistêmica familiar pela Núcleo Pesquisas. Especializada em atendimento familiar e de casal. Capacitada pelo Ackerman Institute, em Nova York, e pelo Instituto Bowen, em Washington. |