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Justificativas para acertos e erros

Não podemos evitar que as pessoas e o meio social nos alcancem e nos afetem, mas podemos escolher nossas reações a essas afetações

Elaine Cruz - 26/07/2018 09h31

O pai de dois meninos bebia muito. O tempo passou, e quando estes já eram homens, depois do falecimento do pai, um parente veio visitá-los, e perguntou ao primeiro filho: “Por que você bebe?”. E este respondeu: “Olha o pai que eu tenho!”.

Perguntou então ao segundo filho: “Por que você não bebe?”. E, curiosamente, o segundo filho também respondeu: “Olha o pai que eu tenho!?!”.

A história acima é antiga, associada a diversos autores, mas mesmo sem saber com exatidão o seu autor, ela aponta para uma verdade incontestável: não podemos evitar que as pessoas e o meio social nos alcancem e nos afetem, mas podemos escolher nossas reações a essas afetações.

Mesmo sem poder remediar o comportamento paterno, o primeiro filho teve uma ótima justificativa para o seu erro – ele havia convivido com um pai beberrão, talvez violento e irresponsável. Esse filho, como tantos hoje, teve exemplos em casa, imitou o comportamento de quem amava, se deixou levar pelos mesmos caminhos do pai, resolveu se identificar e escolheu a mesma vida e, sem dúvida, colheu as piores consequências.

O segundo filho também sofreu. A figura masculina não lhe era favorável, e passou vergonhas com vizinhos e amigos. Mas, como muitos de nós, ele resolveu avaliar as escolhas do pai e, mesmo amando-o, decidiu seguir o caminho oposto, colher da vida resultados diferentes. Afinal, ele tinha uma excelente justificativa para sua escolha de viver sóbrio!

Quem erra sempre tenta se justificar, e muitas vezes tem até motivos aparentes. Mas, queiramos ou não, a escolha reflexiva e consciente de nossas ações sempre será mérito nosso – o comportamento dos outros pode nos afetar, mas não tem a força de nos definir!

Elaine Cruz é pastora no Ministério Fronteira, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro; Psicóloga clínica e escolar, especializada em Terapia Familiar, Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade; Mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense; palestrante e conferencista internacional, com trabalhos publicados no Brasil e no exterior; Mestre em Teologia pelo Bethel Bible College (EUA); e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil, com oito livros publicados.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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