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Como Lidar - 12/04/2018 13h16

“Tenho 40 anos e trabalho há 10 anos na mesma empresa. Estou acomodado, desanimado, tenho medo de ser demitido, mas não sei o que fazer. Meu currículo está desatualizado e me sinto perdido diante dessa situação. Como lidar?”.

João Valdir do Santos, Rio de Janeiro, RJ.

Resposta:
As incertezas econômicas afetam diretamente o mercado de trabalho, e as consequências podem ser drásticas. Para se manter ativas, as empresas adotam planos de contingência. E, na maioria das companhias, o corte de efetivo é inevitável. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em fevereiro de 2018, atingimos o maior nível de desemprego desde 2012. Embora o papel das empresas mereça uma análise detalhada, quero abordar os grandes reflexos deste momento para quem deveria ser protagonista no mercado, mesmo que muitas vezes seja tratado como coadjuvante: o empregado.

Há quem critique as estratégias das organizações, que demitem profissionais com 12 anos de casa, e que custam R$ 10 mil no orçamento da organização, para contratar outro profissional pela metade deste valor ou, às vezes, nem contratar. O ponto é que os profissionais precisam estar preparados para transformações. A frustração e os traumas vêm, principalmente, quando processamos as mudanças de maneira negativa, quando deveríamos ter uma visão mais holística e entendermos as causas das angústias. Levo como lição meus oito anos de carreira dedicados à Odebrecht.

Por isso, aconselho: além do preparo, se mantenha atualizado e curioso perante o mercado e os concorrentes. Isso é fundamental. Some a isto a necessidade de trabalhar o seu emocional.

Outra coisa muito importante: o seu currículo tem que estar no mercado. É fundamental participar de processos seletivos e ser visto. Já me dizia uma professora que os profissionais precisam estar preparados para tudo. Esta iniciativa é um exercício, mas, mais do que isso, um alento. Uma confirmação de que as (novas) oportunidades estão aí.

É importante lembrar também que, em paralelo, temos também os profissionais inseridos nas empresas que estão desmotivados. Querem mudar de setor ou, muitas vezes, até de profissão. Nesses casos, a autoavaliação é o primeiro passo para entender o real estímulo para esta insatisfação. É importante reconhecer o valor do seu trabalho, para se sentir mais estimulado. Valorizar o aprendizado. Todo o trabalho, por mais duro e difícil, deve trazer algum proveito e cedo ou tarde as oportunidades dentro ou fora da empresa vão surgir.

Agora, estudos de RH mostram que a principal razão para funcionários saírem das empresas não é a promessa de um salário maior em outra companhia, mas sim, as dificuldades de trabalhar com seus atuais gestores. Em muitas situações, a relação empregado/líder não vai bem, e, o profissional acha mais fácil se desligar da empresa alegando ter recebido uma oportunidade melhor em outro lugar.

Deixo a reflexão: Precisa chegar a esse extremo? Será que, para melhorar a convivência com o gestor, um movimento lateral não basta? E o que pode ser feito agora para melhorar o seu futuro?

Léo Alves é empresário, coach de vida e carreira e autor do livro Abismo – Quando o Fim se Torna Recomeço.

COMO LIDAR tem o propósito de servir como ferramenta de esclarecimento e apoio aos leitores apresentando perguntas e respostas, sobre variados temas.

Se você tem alguma questão ou dúvida que precise da explicação de um profissional, envie para redacao@plenonews.com.br

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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