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Gosto de música popular. Como lidar com a crítica?

Algumas músicas parecem inofensivas, mas trazem mensagens que valorizam exatamente aquilo que a Bíblia condena

Como Lidar - 05/03/2019 10h02


“Eu sou novo convertido, mas ainda gosto de cantar, principalmente para minha namorada, músicas populares, com letras que não ofendem à Palavra de Deus. Tem algum problema eu cantar músicas que não sejam evangélicas?”.

Roberto de Souza, Santa Cruz, RJ

RESPOSTA:

Interessante sua dúvida, Roberto. Não há nenhum problema em cantar músicas não evangélicas para sua amada. Você só precisa ter cuidado com o conteúdo de cada uma delas. Algumas músicas parecem inofensivas, mas trazem mensagens que valorizam exatamente aquilo que a Bíblia condena. Como nesta semana será comemorado o Dia da Mulher, vou compartilhar com você uma experiência que tive com uma música secular muito apreciada, inclusive por muitas mulheres, que não se deram conta da mensagem que a mesma transmite.

Certo dia, enquanto eu fazia uma apresentação musical, três mulheres chegaram perto do palco e pediram que eu cantasse “Mulheres”, do Martinho da Vila. Não resisti e fiz uma crítica rápida à letra dessa música que, aparentemente, é uma homenagem à mulher. Naquele dia eu pude explicar a elas porque não canto esta canção. Preste atenção no trecho desta música:

“Já tive mulheres de todas as cores, de várias idades, de muitos amores, com umas até certo tempo fiquei, pra outras apenas um pouco me dei. Já tive mulheres do tipo atrevida, do tipo acanhada, do tipo vivida, casada carente, solteira feliz; já tive donzela e até meretriz”.

Mulher não é uma “coisa” que se experimenta ou se escolhe como se estivesse na prateleira de uma loja. Não estou exagerando. A meu ver, essa letra coloca as mulheres no patamar dos escravos que eram comprados, usados (e abusados) e depois trocados.

Sugeri cantar “Mulher”, de Erasmo Carlos, que diz:

“Dizem que a mulher é o sexo frágil. Mas que mentira absurda. Eu que faço parte da rotina de uma delas, sei que a força está com elas… sua sapiência não tem preço… Quando eu chego em casa à noitinha, quero uma mulher só minha. Mas pra quem deu luz não tem mais jeito, porque um filho quer seu peito. O outro já reclama a sua mão, e o outro quer o amor que ela tiver… Mulher, mulher, na escola em que você foi ensinada, jamais tirei um dez. Sou forte, mas não chego aos teus pés”.

Essa é uma letra que vale a pena cantar, pois elogia a mulher, tal qual Salomão, em Provérbios 31 “Mulher virtuosa… o seu valor excede o de finas joias… É ainda noite, e já se levanta, e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas. Examina uma propriedade e adquire-a… É esforçada, forte e trabalhadora… Abre a mão ao aflito e ainda a estende ao necessitado… Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua. Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça… seus filhos lhe chamam ditosa; seu marido a louva, dizendo: muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas”.

No popular, eu diria que Salomão “arrebentou”. Deu honra a quem merece honra: à mulher. Isso ele escreveu mil anos antes de Cristo. E agora, vem um compositor, três mil anos depois, dizer que mulher é um objeto das suas escolhas. Faça-me o favor, seu Martinho!

O poeta Noélio Duarte também foi feliz quando se referiu à mulher. “É dupla a sua jornada: Trabalha fora, trabalha no lar, cuida de tudo sem se cansar. É zelosa, ágil, organizada. Quem é frágil, é assim: torna a casa mais gostosa, produz a roupa vistosa, e nunca tira férias do lar! Reage quando tudo desaba, anima quando a força acaba e tem força até no fracassar. Vai à luta, consegue emprego, batalha, e só tem sossego quando vê tudo melhorar!”.

Homem que vive “experimentando” mulheres, não tem tempo de ver uma mulher virtuosa em sua casa, pois já quer passar para outro “tipo” de mulher. Tenho certeza que um homem que experimenta mulheres nunca será feliz com nenhuma, principalmente, porque mulher alguma desejará um homem tão volúvel – eu espero.

Que ao entoar suas canções, você jamais se vanglorie de ter tido várias mulheres, mas vanglorie-se de ter um grande amor a quem dá flores e diz carinhosamente, cantando: “Meu coração, não sei por que, bate feliz quando te vê”.

Essa é música boa de se cantar para o amor da sua vida. E olha que ela é uma música secular!

Atilano Muradas é jornalista, teólogo, escritor, compositor e palestrante. Mora em Belo Horizonte e é pastor na Igreja Batista Getsêmani.

COMO LIDAR tem o propósito de servir como ferramenta de esclarecimento e apoio aos leitores apresentando perguntas e respostas, sobre variados temas.

Se você tem alguma questão ou dúvida que precise da explicação de um profissional, envie para redacao@plenonews.com.br

* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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