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Tempo de acolher a alma e descansar!

Tenho a impressão que estamos arrumando nossos lugares

Bia Sartori - 25/09/2020 12h46

Iniciamos uma nova estação! Todos os anos, nesta época, acontece a mesma coisa: o início da Primavera! Mas, esta Primavera vem carregada de um significado especial para nós, brasileiros. É a primavera pós auge da pandemia do Covid-19. Minha impressão é formada pela fala e olhares de pessoas próximas, e no movimento do entorno, que observo atentamente.

Sabe aquela cena, onde um cachorro ajeita o local onde vai descansar? Dá algumas voltas em círculo, ajeita os paninhos e deita bem gostoso? Essa é minha sensação! Seja com alegria no coração, pelo alívio de ter passado por perrengues controláveis, seja com o coração destruído pelo luto, e por tudo aquilo que foge ao nosso controle…. Tenho a impressão que estamos arrumando nossos lugares, deixando a vida um pouco mais aconchegante, para uma pausa, acomodando o coração que pulsa cansado de tantas reviravoltas.

Nossa casa, nosso ambiente de trabalho, pede calma também! Depois de tanta energia gasta com sobrevivência, aprendemos a lição que cuidar do nosso ninho é importante. Meus parceiros prestadores de serviços, nunca tiveram a agenda tão cheia! O que era deixado para depois, por conta da correria, precisou de reparo, de manutenção, ou substituição.

Se você sabe que tem coisas que precisa fazer no seu ambiente de moradia ou trabalho, anote em um bloco de notas digital ou físico, todos os itens que precisam de reparo, sem se preocupar com categorias. Deixe à vista, pois sempre lembramos de mais alguma coisa. Depois, separe por categorias: urgências, importantes, pode esperar. Com esta lista em mãos, procure agrupar os serviços por fornecedor ou prestador de serviço, pois sai mais barato chamar alguém para executar dois ou três serviços, do que deixar para chamar em três vezes separadamente.

Com paciência, vá fazendo os orçamentos, negociando os prazos de acordo com seu tempo e fluxo financeiro. Não pense que será a última vez que fará isso. Precisa ser hábito. Quem faz um pouco, sempre, com o tempo executa muita coisa, sem ficar tão estressado e refém da urgência.

Como a Ju Mendes diz: “O que esta época trouxe de positivo é a maior segurança do que se é! Tanto tempo com a convivência em esfera restrita, acabou revigorando as coisas de família, os objetos, as receitas, os móveis. Não como culto memorial, mas como memória afetiva, que aconchega a alma, que faz brotar gratidão pela história pessoal. O uso dos objetos, estão revestidos de significados afetivos, consoladores. Abrindo espaço para o respeito ao outro, a história sagrada do outro”.

Da mesma forma, que ficamos dentro de casa, e vimos várias coisas que precisavam de manutenção, também identificamos coisas que são importantes para nós. E os eventos que antes eram verdadeiras festas de arromba, tornaram-se intimistas. Casamentos, aniversários, celebrações e até despedidas de luto, só estão presentes aqueles especiais, aqueles que verdadeiramente fazem parte da história.

Eu, particularmente, sempre gostei de eventos com poucas pessoas, praia vazia… Um amigo querido, de longa data, mais para organizador de grandes eventos (literalmente em estádios), sempre brincava comigo e me chamava pelo meu apelido mais a conjugação das palavras em francês petit comité. Quem diria! Meu estilo, forçadamente, virou tendência!

Acolhendo e apreciando a alma! … Quem dera sempre tivéssemos tempo para aprecia-la! A nossa alma, a do outro! Observando sem julgamento o universo de riquezas tão particular, que muitas vezes ficam escondidos entre atividades e a pressa do tempo! Quem dera não precisássemos do freio da pandemia para um olhar de acolhimento…

E aqui dentro de mim, uma música (do PC Baruk) tocou:
“Nunca mais viver ao vento
Nunca mais me falte o tempo
Pra Te buscar e Te encontrar
Não importa o que aconteça
Nunca mais eu me esqueça
De Te encontrar
Pra conversar”

Bia Sartori , designer de interiores formada pelo SENAC e pós-graduada pelo IPOG; personal organizer formada pela OZ!, pedagoga com especialização em Orientação Educacional pela PUCC.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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