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Minimalismo, Biofilia, Neurociência: buscando o caminho de volta para casa!

A Biofilia traz o conceito de que o ser humano tem uma atração inata pela natureza

Bia Sartori - 08/06/2020 17h00

Na minha décima semana, cumprindo as orientações de distanciamento social recomendadas pela pandemia do COVID-19, e por decisão, distante do grande centro urbano em que resido, mantenho a rotina de trabalho e de contatos on-line. E vejo o reflexo dessa parada no mundo, trazendo reflexões do que realmente importa, do que é essencial, e concluo que vamos aprender nesse processo o significado da palavra simplicidade.

Quero pensar um pouco, sem a pretensão de definir precisamente, sobre o que compreende o minimalismo, a biofilia, as contribuições da neurociência e tantas outras tendências, que estão se consolidando como alternativas de estilo de vida para muitas pessoas. Aqui, vou me deter na esfera dos ambientes, ok?

A Biofilia traz o conceito de que o ser humano tem uma atração inata pela natureza, e a conexão homem-natureza deve ser restabelecida, através de experiências em ambientes com elementos naturais. Parece um termo novo, mas há 40 anos um estudo publicado pela Harvard, desencadeou a aplicação em várias áreas do conhecimento.

A ciência já comprovou que a natureza influencia positivamente a mente humana, aumentando a concentração, bem-estar, criatividade e humor. E a busca por alternativas que equilibrem função dos espaços e natureza, cada vez mais, está se tornando necessidade pelos altos níveis de estresse, ansiedade e apreensão que nos vemos envolvidos.

E na tentativa de reconexão, trazemos esses elementos para nossos ambientes residenciais e comerciais: vegetação, iluminação e ventilação natural, janelas e aberturas com paisagismo externo, materiais e formas orgânicas que lembrem a natureza, aguçando sensações positivas. Nada mais é, do que nosso grito, enquanto humanidade, pela preservação e conservação da vida.

Já o minimalismo traz um pouco do conceito representado pela escola de pintura abstrata, onde elementos e recursos são usados de forma reduzida, basicamente formas geométricas elementares executadas em estilo impessoal. Por isso, muito nariz se torce, sem entender que todo conceito, quando aplicado, depende da forma da aplicação para traduzir a essência. No minimalismo fica o que importa, o mínimo que é essencial.

Nas imagens de ambientes modernos, quase que impessoais, refletem a priorização da forma, design, espaços livres, revelando aquilo que importa na mensagem que passa ou na função enquanto objeto, com um toque de sofisticação.

Vivendo em um mundo globalizado, o estilo de vida que busca o que é essencial, reorganiza o consumo, a casa, o tempo, simplifica e dá sustentabilidade à vida, acaba gerando um repensar das complicações que construímos como humanidade. E é neste campo que vemos as discussões, pois o que realmente importa para você?

A neurociência colabora em diversas esferas do nosso viver, explicando, comprovando e ensinando como podemos funcionar melhor, nas funções que nos diferenciam do restante da criação. Assim, traz o olhar atento para a utilização de recursos do design para influenciar emoções e comportamentos. O foco da concepção dos ambientes, além da função e estética, passa a ser a experiência que ele proporciona, seja residencial ou comercial.

Aí, fica na minha mente, o que Salomão, com toda a sabedoria dada por Deus revelou em seus versos: “Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez” (Eclesiastes 3:11). Incrível! Está explicado essa saudade de casa que a humanidade vem trazendo à tona! Mesmo sem que todos percebam, a saudade existe, pois faz parte da nossa essência como criação! E o homem como co-criador, participa desse processo trazendo lampejos de eternidade para nosso viver.

Bia Sartori , designer de interiores formada pelo SENAC e pós-graduada pelo IPOG; personal organizer formada pela OZ!, pedagoga com especialização em Orientação Educacional pela PUCC.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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