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A Geometria como elemento decorativo

São linhas diagonais, recortes coloridos, tonalidades que dão a sensação de profundidade

Bia Sartori - 31/07/2020 12h00

Muitas tendências vão e voltam com o passar do tempo, e hoje, é um recurso em alta. Em um passado bem recente, os ambientes com paredes monocromáticas, foram dando lugar, pouco a pouco, às paredes de destaque. Tonalidades diferentes de uma mesma cor, brincando com o jogo de luz e sombra, até a coragem de pintar uma parede com uma cor diferente e ousar nas tonalidades, foram marcando a tendência e uma época.

Vejo como uma evolução desta tendência o uso da geometria na pintura das paredes, buscando originalidade, e ao mesmo tempo uma alternativa de baixo custo e de longo prazo, para modificar o visual de um ambiente, trazendo certo movimento e personalização. São linhas diagonais, recortes coloridos, tonalidades que dão a sensação de profundidade.

Na história da arte, conhecemos alguns registros do uso da geometria na pintura desde a Grécia Antiga (cerca de 1000 a.C.). Mais recentemente, o Cubismo (originado nas obras de Cézanne), tratava as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros, e fez uma reviravolta estética! Braque e Picasso, seguindo a lição de Cézanne, introduziram a geometrização dos elementos da paisagem. Piet Mondrian inspirado nas geometrias, influencia a optical art que conhecemos hoje.

Técnicas que usam linhas, em suas mais variadas formas são os elementos fortes, onde os traços se repetem proporcionalmente, criando um padrão que confere ritmo e equilíbrio. Encontramos técnicas decorativas diversas, de acordo com as possibilidades criativas que cada cultura, incluindo as primitivas ou tribais até o universo de cada área como fotografia, moda, têxtil, mobiliário, arquitetura, etc. E assim, também temos nossa representatividade cultural.

Hoje, no uso prático da pintura geométrica, encontramos alternativas para delimitar espaços pequenos, seja um cantinho de home-office, fazendo uma moldura imaginária para acolher a sala de jantar, uma cabeceira de cama ou prateleiras e estante.

Para quem quer começar, os tons terrosos são uma ótima sugestão, pois são aconchegantes. Muitas vezes, paredes vazias incomodam, e é comum criarmos galerias de quadros ou fotos. A pintura geométrica brinca com a volumetria. Depende da sua ousadia, tento no tamanho da geometria como na escolha das cores e tonalidades.

A ilusão de ótica que a geometria dá, revisitou os quartos de bebê, que geralmente são ambientes menores e preparados com atenção especial. Daí para se tornar frequente em vários ambientes, foi só questão de tempo.

Um exemplo de geometria atemporal, que remonta 1800 a.C. em porcelanas gregas, e em bandeiras, uniformes e insígnias militares, criando o desenho repetido de um V de vitória, é conhecida como padrão Chevron. Nos anos 50, a grife italiana Missoni, se apropriou desse padrão ziguezague, imortalizando a estampa que seu próprio nome lembra, uma espinha de peixe.

Como é um padrão bastante fácil de combinar e até mesmo de reproduzir, encontramos nas estampas de moda, decoração e design, nas mais variadas cores e texturas, proporcionando sensação de amplitude e dinamismo. Nesta onda das geometrias, podemos encontrar os círculos, que traduzem uma atmosfera retrô e romântica.

A introdução da geometria vai muito além da pintura nos ambientes. Ela pode aparecer na tecelagem de tapetes, impressão, estampas têxteis, de acordo com o objetivo. Se você gosta da ideia e quer arriscar, comece planejando onde a geometria entrará no ambiente, com o cuidado de harmonizar as cores e tonalidades.

Em tempos de pandemia, onde estamos nos equilibrando no #ficaemcasa, podemos encontrar uma forma divertida de amenizar a aridez dos tempos, trazendo formas e cores para nossos ambientes, customizando, renovando ou até mesmo criando algo totalmente novo. E você, aderiu, de alguma forma, essa forte tendência da geometria como elemento decorativo?

Bia Sartori , designer de interiores formada pelo SENAC e pós-graduada pelo IPOG; personal organizer formada pela OZ!, pedagoga com especialização em Orientação Educacional pela PUCC.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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