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O perfil da nação brasileira é conservador

Os fundamentos judaico-cristãos penetraram a organização política, econômica, social e cultural

Arolde de Oliveira - 29/07/2020 11h56

Cristãos oram pelo Brasil Foto: Reprodução

“Convicções e valores cristãos exigem um ambiente de liberdades tais que não impeçam, mas, pelo contrário, estimulem o desenvolvimento integral da pessoa”

Não pode existir surpresa na constatação de que o perfil da nação brasileira é conservador.

Tudo começou quando o imperador Constantino I, no início do século IV da Era Cristã, em luta pela reunificação do Império Romano, resolveu usar o cristianismo como instrumento político para facilitar essa tarefa, decretando o fim da perseguição aos cristãos e dando liberdade de culto. No final do mesmo século, Theodósio I impôs o cristianismo como religião exclusiva do Império, levando o evangelho a ser anunciado em todas as regiões alcançadas pela dominação romana.

Desse modo, os fundamentos judaico-cristãos contidos na Bíblia, no Antigo e no Novo Testamento, penetraram com suas convicções e com seus valores, a organização política, econômica, social e cultural dos estados que emergiram a partir desse período de ocupação romana.

Um ser humano integral, criado por Deus a Sua imagem e semelhança, que é físico, psíquico e espiritual, dotado de livre-arbítrio com capacidade inerente de se comunicar, de desejar, de julgar e de decidir, conscientemente, construiu sociedades capazes de conter e preservar essas dimensões e essa completude natural.

Na época dos Descobrimentos, no final do século XV, os estados europeus eram, portanto, majoritariamente,
“cristocêntricos” e adotavam a Igreja Católica Apostólica Romana como religião oficial. Esse era o caso de Portugal
quando as embarcações de Pedro Álvares Cabral chegaram ao Brasil, e quando foi celebrada uma missa de Ação de
Graças logo no primeiro dia do descobrimento, fato que estabeleceu o início do conteúdo cristão na formação
sociocultural e religiosa do povo que viria ocupar a colônia portuguesa.

É importante registrar que as fronteiras do Brasil foram levadas até as encostas dos Andes com uma participação
permanente de padres jesuítas, seja catequizando populações indígenas, seja plantando missões católica onde os
colonizadores eram assentados.

O perfil “cristocêntrico” da nação brasileira em formação foi consolidado quando a Coroa Portuguesa se transferiu para o Brasil em 1808 e Don João VI decretou o catolicismo como religião oficial, situação que perdurou até a proclamação da República em 1889, quando foi instituído o Estado laico. No mesmo sentido, vieram para o Brasil, a partir do século XIX, inúmeras missões de igrejas de origem protestante, que se transformaram nas centenas de denominações evangélicas que hoje congregam uma terça parte da população brasileira.

Sim, a população brasileira é conservadora, tem convicções e valores cristãos que demandam um ambiente de plenas
liberdades, tal que não impeça, mas, pelo contrário, estimule o desenvolvimento integral da pessoa, tanto individualmente quanto coletivamente.

A Constituição Federal acolhe, na totalidade, as demandas do perfil cristocêntrico da nação ao garantir: a vida e a família natural; a liberdade de expressão e de opinião; o direito de ir e vir; o direito de propriedade patrimonial e intelectual; a liberdade de culto; enfim, as liberdades e direitos tanto individuais quanto coletivos da democracia representativa plena e do Estado de Direito.

Sim, a nação brasileira é conservadora. Não pode, portanto, conviver em ambiente reducionista, isto é, que considere, apenas, demandas fisiológicas parciais do indivíduo, como propõem as ideologias materialistas-ateístas que ganharam corpo no Brasil a partir do Foro de São Paulo.

Essas ideologias políticas, adotadas com a participação articulada de Cuba, já impregnaram a Venezuela, o Equador
e a Bolívia e avançam em marcha batida sobre a Argentina, o Uruguai e o Brasil, além de outros países da América Latina e da África.

Precisamos ficar atentos e acompanhar esses movimentos que os partidos da esquerda e aliados querem impor, eles não consideram a natureza tridimensional do indivíduo, conforme o princípio autoritário das ditaduras onde o Estado molda a nação, contrariando o livre-arbítrio.

Precisamos acreditar que essas ações existem, estão muito avançadas e já começam a desconstruir as liberdades que
desfrutamos, delineando um sistema de governo socialista e autoritário, com a supressão de direitos definidos na
Constituição.

Arolde de Oliveira é engenheiro e economista. Foi deputado federal por nove mandatos e atualmente é senador pelo estado do Rio de Janeiro.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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