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O primeiro passo para a sua independência financeira

Ter uma reserva técnica de liquidez e segurança é o primeiro passo para se obter tranquilidade financeira e prosperar

Anderson de Alcantara - 05/02/2019 11h03


Olá, caro leitor do Pleno.News! Como vai? Tudo bem?

Se você vem me acompanhando pelas últimas semanas, vai ter reparado que eu venho falando bastante sobre ESFORÇO e JUROS neste nosso encontro semanal. Não é para menos. Estes são 2 dos 3 fatores multiplicadores de riqueza sobre os quais já comentei aqui. É hora de começar a combinar esses fatores para que possamos alcançar nossa tão sonhada LIBERDADE FINANCEIRA.

Novamente, quero lhe lembrar que não existe recompensa sem esforço. Assim como o objetivo de emagrecer requer dieta e exercícios permanentes, prosperar sustentavelmente e obter liberdade financeira significa cortar gastos, economizar e aplicar estes recursos corretamente por muito tempo.

“Ah, mas é tão difícil, professor…”

Ué, e quem disse que seria fácil? Isso acontece porque o estímulo que recebemos da sociedade e da mídia é sempre o de gastar tudo que ganhamos, o mais rápido possível, e nunca poupar e investir uma parte disso para ampliar a nossa liberdade no futuro. Os planos de conquista da maioria das pessoas se concentram nas coisas que elas querem comprar, jogando-as na maldição da classe média – ditada pelo sistema; e não na conquista de estabilidade e independência financeira.

Como vivemos imersos em uma sociedade onde o mais comum é ser financeiramente dependente, passamos a acreditar que a dependência financeira é uma condição natural e a independência é um fenômeno raro. Mas não é para ser assim.

Bora ser diferente?! Ser feliz, ‘enricar’?!

Para começar um plano de investimentos, toda pessoa ou família deverá objetivar montar primeiro a sua “Reserva técnica de liquidez e segurança“. O nome é comprido, mas é o que quer dizer. Você pode encurtar para “Reserva de segurança”, apelidar de “Colchão financeiro”, o que for. Só não pode chamar – como eu já vi por aí – de “Reserva para emergências”. Não faça isso. Não me caberá explicar isso aqui, mas basicamente tem a ver com neurolinguística e como o seu cérebro associa “emergências” a “desgraças”, e com isso se auto-sabotar em qualquer iniciativa que tenha uma conotação negativa.

O primeiro objetivo financeiro de toda pessoa/família que queira prosperar financeiramente deve ser o de juntar dinheiro suficiente para cobrir seis meses de despesas da casa. E deixar esse montante em uma aplicação de baixo risco (segurança) e que possa ser sacado a qualquer momento (liquidez).

E por onde começar? Uma vez que você já tenha objetivado cortar despesas, juntar dinheiro todo mês, e já separou uma parcela do seu orçamento doméstico mensal para fazer isso, resta saber agora ONDE colocar este dinheiro todo mês.

Tendo seguido nosso cronograma, tenho certeza de que você já entendeu o conceito de juro real e sabe que a velha Caderneta de Poupança não é a aplicação financeira mais adequada no Brasil em tempos atuais, e que todo investidor pode e deve objetivar remunerar seus investimentos ganhando, no mínimo, a taxa básica da economia.

As formas de um pequeno investidor conseguir remunerar seu capital por essa taxa diariamente e podendo sacá-lo a hora que quiser são, basicamente, através do TESOURO DIRETO ou via FUNDOS DE INVESTIMENTO EM RENDA FIXA nos bancos e corretoras.

Entrar no detalhe de como funcionam cada um deles e compará-los é matéria para um conteúdo mais completo, e esse artigo ficaria um pouco extenso. Sobre Tesouro Direto eu já falei um pouco por aqui. Sobre fundos de investimento, para ser bem sucinto, é como se fosse um condomínio: só que ao invés do síndico gerir despesas e ratear custos, o Administrador de um fundo gere ativos financeiros e distribui lucros. A administração e a gestão do fundo são realizadas por profissionais capacitados (Gestores), sendo o fundo de investimento regido por um regulamento e fiscalizado por auditores independentes e pelo Banco Central. Esta alternativa de investimento apresenta diversas vantagens. Em relação a investir individualmente, gosto muito dela, e considero ser o mais recomendado para quem está começando a entender o mercado financeiro, as regras do jogo, e quer ir aumentando seus rendimentos com o menor risco possível.

Assim, para ir direto ao que interessa, comparei o resultado em 2018 de:

  • 4 fundos de investimentos em renda fixa de grandes bancos comerciais de varejo no Brasil (que, na prática, não passam de 5!);
  • 2 fundos que são distribuídos pelas maiores corretoras independentes do país (cujo número vem crescendo a cada ano que passa – e falaremos disso nos próximos encontros);
  • Tesouro Selic; e
  • Poupança.

Veja o resultado (já deduzidos todos os custos e taxas – exceto impostos):

Fonte: Anbima Anderson de Alcantara

Repare que os 2 fundos de corretoras independentes renderam mais que a taxa básica da economia, e todos os 4 fundos de bancos comerciais (desses que a gente passa pela porta todo dia) renderam menos. Como isso pôde acontecer?

Muito simples de entender, e se resume a duas palavras: CUSTO OPERACIONAL.

Me acompanhe: esses bancos comerciais, que têm uma agência em cada esquina, quanto será que custa para eles manter essa estrutura toda com aluguel da loja, móveis, equipamentos caros, segurança, funcionários, ar-condicionado, cafezinho (pior que aqueles de supermercado – argh!), carro-forte, etc…? Estas despesas geram um custo mensal enorme! Quando eu fui vice-superintendente de um deles, nosso custo fixo mensal era de uns R$ 780 mil, só com 3 agências.

Quem você acha que pagava essa conta? A diretoria? Não… Lógico que isso era repassado aos clientes! Em forma de tarifas, taxas mais altas nos empréstimos ou taxas mais baixas nos investimentos – dentre outras. Simples assim.

corretoras independentes, ao invés de ter “mais de 2.000 agências espalhadas em todo o território nacional”, normalmente contam com apenas 1 quartel-general, centralizando sua operação, otimizando gastos e gerando mais sinergia. Isso se reflete em menores custos e melhores resultados que acabam… sendo repassados para os clientes! Aí sim, ficou legal!

Mas, atenção. Não se iluda! Para “compensar” sua deficiência, há bancos que oferecem ‘sorteios’ e ‘prêmios’ aos investidores, mas isso – obviamente – tem um custo que é repassado aos investidores – ou você já viu algum banco bonzinho? Não por coincidência, o fundo de renda fixa, que está no último lugar da nossa pesquisa acima, perdendo até pra velha Caderneta de Poupança, é um desses que oferece vantagens (? – só que não) aos seus investidores…

-“Mas, professor, é seguro investir nessas corretoras independentes?”

Sim, basta conhecê-las um pouco melhor. Vamos falar um pouco sobre isso nos próximos encontros. Mas, desde já, prepare-se e avise ao seu dinheiro que ele está prestes a mudar de casa. E para melhor!

Por hoje fico aqui, lembrando que, caso você tenha alguma questão ou dúvida relacionada a Finanças Pessoais, envie-a para redacao@plenonews.com.br e eu terei o maior prazer em responder e tentar lhe ajudar.

Forte abraço, até semana que vem. Sucesso e fique em Paz!

Anderson de Alcantara é profissional do mercado financeiro há 29 anos, atua como Consultor Financeiro na Sukses Consulting Advisory e é Professor Titular do Ministério Videira – Educação Financeira à luz da Bíblia.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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