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Juros: Entendendo melhor essa força

Entender o conceito de JURO REAL na hora de investir o seu dinheiro, pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso de seus sonhos.

Anderson de Alcantara - 08/01/2019 12h55


Olá, amigo do Pleno.News! Como vai? Tudo bem?

Feliz Ano-Novo! Como foi de festas de fim de ano? Espero que tenha passado bem, e com sua família.

Aproveitou as duas últimas semanas para fazer a revisão proposta em meu último artigo?

  • Não?! Então ainda está em tempo: clique aqui e (re)faça os exercícios propostos para você começar o ano com um novo patamar em sua Vida Financeira;
  • Sim?! Legal! Então vamos lá:

No artigo “Os multiplicadores de riqueza” falei com você que a grande verdade a respeito da formação da riqueza vem da combinação de 3 fatores: tempo, esforço, e juros. Hoje quero falar rapidamente a respeito de juros.

Juros, como você deve saber, é a remuneração cobrada de alguém pelo empréstimo de dinheiro, ou paga a alguém por um dinheiro aplicado. É expresso em forma de percentual e pode ser calculado de duas formas: juros simples ou juros compostos, sendo mais comum esta última.

Os Juros são a força mais democrática da economia, pois o mesmo princípio que pode tornar uma pessoa cada vez mais pobre, acumulando juros sobrepostos a uma dívida, aumentando o tamanho desta, indefinidamente, até levar a pessoa à falência, também pode tornar uma pessoa cada vez mais rica, acumulando juros sobrepostos a uma capacidade de guardar dinheiro, aumentando o tamanho de sua fortuna, indefinidamente, até levá-la à tão sonhada Liberdade Financeira.

Note que o princípio é o mesmo. A diferença está no uso que você se permite fazer dos juros.

“Os juros compostos são a força mais poderosa do universo e a maior invenção da humanidade, porque permite uma confiável e sistemática acumulação de riqueza.” – Albert Einstein

Vamos usá-los a nosso favor? Sim ou com certeza?

Em matéria de investir o dinheiro economizado, vemos que o brasileiro ainda precisa aprender muita coisa. Prova disso é que a aplicação brasileira de grande parte da população que tem algum dinheiro guardado ainda é a Caderneta de Poupança.

Há várias razões para isso: ela é centenária; não tem imposto; tem seguro (até R$ 250 mil); é simples de abrir e movimentar; aceita valores pequenos; etc. Mas, nem por isso a poupança é o melhor negócio. Apesar de todas essas facilidades, ano após ano a caderneta vem perdendo para boa parte dos demais investimentos, mesmo os de risco zero.

No gráfico abaixo, podemos conferir o resultado da Caderneta de Poupança nos últimos 4 anos:

* período de 12 meses compreendidos entre 01/12 do ano anterior, e 30/11 do ano em estudo, em função de, na data de fechamento desta coluna, o IPCA de dezembro/2018 ainda não estar disponível.

FONTE: Calculadora do Cidadão do Banco Central.

Uma vez que guardamos dinheiro no banco para:

  • Protegê-lo de se roubado;
  • Protegê-lo de perder seu valor;
  • Para que ele cresça à base de juros;

Precisamos ver se essas 2 últimas premissas vêm sendo atendidas pela aplicação onde colocamos nosso dinheiro.

Repare que, no ano de de 2015, apesar da TAXA NOMINAL da poupança ter sido a segunda maior do período, de 7,27%; a INFLAÇÃO no mesmo período foi de 10,48%. Isso significa que embora meu extrato tenha aumentado, meu poder de compra diminuiu.

Quem tinha R$ 100,00 aplicados no início de 2015 e não mexeu neles durante 12 meses, viu seu extrato ‘aumentar’ numericamente para R$ 107,27. Porém estes R$ 107,27 agora têm o mesmo poder de compra que R$ 96,79. Ou seja: eu estou com ‘mais’ dinheiro, mas ele agora vale menos. Todo meu esforço não resultou em nada. Nesse caso, dizemos que o JURO REAL da Caderneta de Poupança neste período foi negativo em -3,21%.

Em 2016 e em 2018, ela cumpriu a premissa número 2: protegeu o dinheiro contra a inflação. Basicamente. Os juros pagos serviram apenas para recompor o poder de compra perdido pela inflação.

Já em 2017, repare que interessante: embora a TAXA NOMINAL da poupança tenha sido apenas a 3ª menor dentre 4 anos, como a INFLAÇÃO recuou mais rapidamente do que a taxa de juros fixada pelo governo (em função da recessão econômica), o seu JURO REAL foi o melhor deste período. Somente neste ano é que a premissa número 3 foi atendida: o dinheiro cresceu à uma taxa de 3,63% de juros positivos.

Se você é uma pessoa curiosa, já deve ter puxado uma calculadora para ver, na soma dos resultados, o quanto uma pessoa ganhou de rendimentos verdadeiros acima da inflação nos últimos 4 anos em Caderneta de Poupança no Brasil. Faça as contas. Foi pouco mais de 1% de ganho real em 4 anos.

Parece pouco? E é!

Algo pode ser feito para melhorar? Sim, sem dúvida.

“Cola comigo” que nas próximas semanas falaremos mais sobre como investir seu dinheiro com inteligência e segurança, entendendo as principais alternativas disponíveis para pequenos e grandes investidores.

Por hoje fico aqui, lembrando que, caso você tenha alguma questão ou dúvida relacionada a Finanças Pessoais, envie-a para redacao@plenonews.com.br e eu terei o maior prazer em responder e tentar lhe ajudar.

Forte abraço, até semana que vem, sucesso, e fique em Paz!

Anderson de Alcantara é profissional do mercado financeiro há 29 anos, atua como Consultor Financeiro na Sukses Consulting Advisory e é Professor Titular do Ministério Videira – Educação Financeira à luz da Bíblia.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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