Dívidas – parte final: o poder da ação
"A maior descoberta de todos os tempos é que uma pessoa pode mudar o seu futuro se simplesmente mudar a sua atitude." Oprah Winfrey
Anderson de Alcantara - 27/11/2018 08h00
Olá, amigos do Pleno.News! Espero que esteja tudo bem com vocês e suas famílias!
Hoje vamos concluir nossa série de artigos sobre dívidas (clique aqui para ler os artigos anteriores, caso tenha perdido algum), e vamos retomar como exemplo a família que analisamos na coluna passada.
Relembrando, estávamos diante de uma família que – infelizmente como muitas no Brasil – gasta mais do que ganha mensalmente:
Tecnicamente, dizemos que esta é a situação ECONÔMICA da família. Ou seja: quando o Orçamento Mensal tem mais despesas do que receitas, dizemos que há um DÉFICIT ORÇAMENTÁRIO.
Você costuma ouvir muito esse termo relacionado às contas públicas do governo, não é mesmo? É a mesma situação: quando você gasta mais do que arrecada não gera riqueza, não aumenta seu patrimônio, faltam recursos para eventuais imprevistos, e a dívida só vai aumentando.
Por falar em dívida, vamos ver agora qual seria a situação FINANCEIRA desta família. Ou seja: quanto há em caixa.
Esta é a realidade financeira da família: devem cerca de R$ 20mil a terceiros, e a cada mês essa dívida só aumenta, pois não há capacidade de honrar todos os compromissos.
É uma situação que gera desconforto, preocupação, estresse, e cobrança. Só quem gosta deste cenário são os bancos, financeiras e administradores de cartões de crédito; pois quanto mais a dívida aumenta, mais juros são pagos e eles saem lucrando.
É hora de parar de reclamar, de achar que a situação vai melhorar por si só, e AGIR !
“O que separa vencedores de perdedores é que os primeiros agem!” – Tony Robbins
Vamos ganhar essa ‘queda de braço’ com as dívidas? Ótimo!
O que vamos atacar primeiro, os rombos ou os cupins (vide artigo de 14/11/2018) ? Que tal ambos?
ROMBOS
- A conta-corrente do marido terminou o mês descoberta em R$ 1.000,00. Isso significa que eles estão usando o cheque especial do seu banco, pagando 14% ao mês em juros (o que explica a despesa de R$ 140,00 no orçamento). Precisamos tapar esse buraco;
- O cartão de crédito de ambos não vem sendo pago integralmente no dia do vencimento da fatura. Mês passado ficou faltando pagar R$ 1.600,00 nessa conta, que geram juros de 10% ao mês (o que explica a despesa de R$ 160,00 no orçamento). Precisamos tapar esse buraco também;
- As parcelas a vencer, embora aparentemente não estejam gerando juros (na verdade geram duas vezes: pois toda compra parcelada contém juros embutidos colocados pela loja; e geram novos juros quando não são pagas integralmente na fatura do cartão). Devemos nos habituar a comprar à vista, com o dinheiro que temos. As parcelas somadas, cada uma com seu prazo para terminar, foram estimadas em R$ 3.600,00 neste exemplo. Sendo pagas agora, livram a família de uma despesa mensal de R$ 450,00.
Tapando os ROMBOS, o orçamento da família eliminará R$ 750,00 em despesas mensais e fará com que eles passem a ter um SUPERÁVIT de R$ 450,00 por mês, que podem ser direcionados para a formação de reservas, um pouco para lazer, reparos urgentes na casa, etc. Bom não é?
A questão é que para conseguirmos esta meta, temos que conseguir hoje R$ 6.200,00 à vista para ir no banco e quitar tudo. De onde pode sair esse dinheiro? Resolver no próprio banco pegando um empréstimo e ficar preso a mais um compromisso, pagando juros menores – mas ainda assim bem altos? Não gostei dessa ideia… que tal conseguir dinheiro dentro da própria casa?
CUPINS
Lembram que analisamos no artigo anterior que tanto a moradia quanto o carro da família estavam consumindo recursos acima do ideal, gerando gastos em excesso e levando-os ao estado atual de endividamento constante?
- o custo de moradia consome 30% dos recursos da casa (R$ 1.200, de despesas em relação a R$ 4.000, de receitas). O ideal é que não passe de 25%. Esse é um fato que precisa ser encarado mais cedo ou mais tarde, mas é uma solução de aplicação mais trabalhosa e demorada. Penso que a podemos deixar para um segundo momento.
- o automóvel sozinho consome 25% das finanças da família (R$ 1.000, de despesas em relação a R$ 4.000, de receitas). Será que ao invés de afundar a família cada vez mais ele não pode ser usado para salvar a situação?
Se ele hoje estiver avaliado em R$ 25mil, podemos colocá-lo à venda e quitar o débito com a financeira da montadora que é de R$ 14.300, quitarmos as dívidas com o banco, eliminarmos um total de R$ 1.850,00 em despesas mensais em ainda ficar com um troco de R$ 4.500, ! Me parece uma excelente solução, não é mesmo? É hora de dar uma lavada nele, tirar boas fotos e colocá-lo para anunciar em sites de venda. Tenho certeza de que ainda esse mês esta família vai parar de se empobrecer cada vez mais e respirar aliviada, com a capacidade de começar a formar sua própria riqueza.
Por exemplo, se durante o período que ainda estariam pagando o automóvel à financeira da montadora, que era de 22 meses restantes, eles passarem a usar o transporte público no dia-a-dia, o táxi em ocasiões especiais, e até mesmo um aluguel de carro nos feriados, começando com o ‘troco’ desta operação e guardando R$ 1mil por mês em uma aplicação que pague pelo menos 100% da taxa básica da economia (esse assunto será tema de nossos próximos artigos), ao final deste período eles conseguirão comprar um carro igual ao que têm hoje à vista, sem ter que fazer financiamento!
Me parece um ajuste válido a se fazer, levando em conta que :
- Sairemos de um estado de preocupação constante para um de tranquilidade;
- Pararemos de pagar juros aos outros e agora estamos colocando os juros para trabalhar a nosso favor;
- Teremos ainda mais R$ 850,00 para alocar em outras áreas como lazer, saúde, manutenção da casa, educação, etc;
- Formaremos uma reserva para compra do carro que eventualmente poderá ser usada em caso de necessidade ou urgência. O dinheiro é de vocês, e não do banco!
Que tal? Qual situação você prefere, a antiga ou a nova?
E o que faz mudar a situação? Deixar como está? ‘Ter fé’ que um dia as coisas irão melhorar? Ou AGIR encarando o problema de frente e buscando a solução?
Espero ter conseguido, com essa série de artigos sobre esse assunto que assola tantas famílias em nosso País, a despertar em você esta consciência de que somente encarando os problemas de frente, com uma calculadora na mão e fazendo um ou outro sacrifício é que você poderá sair da situação em que você se encontra e caminhar rumo à verdadeira prosperidade.
Por hoje é isso. Contem comigo! Estarei toda semana por aqui.
Lembrando que, caso você tenha alguma questão ou dúvida relacionada a Finanças Pessoais, envie-a para redacao@plenonews.com.br e eu terei o maior prazer em responder e tentar lhe ajudar.
Forte abraço, até o próximo assunto, sucesso, e fiquem em Paz!
Anderson de Alcantara é profissional do mercado financeiro há 29 anos, atua como Consultor Financeiro na Sukses Consulting Advisory e é Professor Titular do Ministério Videira – Educação Financeira à luz da Bíblia. |