Dívidas – parte 4: Fique atento aos rombos e cupins no casco
"São suas decisões e não suas condições que determinam o seu destino." - Tony Robbins
Anderson de Alcantara - 14/11/2018 12h07
Olá, amigos do Pleno.News! Espero que esteja tudo bem com vocês e suas famílias!
Estamos dando continuidade à nossa série de artigos sobre dívidas (clique aqui para ler os artigos anteriores, caso tenha perdido algum) , e hoje vamos avançar com quem já tem feito o ‘dever de casa’ e mapeando o Orçamento Doméstico através do Controle Financeiro da casa.
Antes queria ilustrar que, em alguns aspectos, as finanças de uma casa podem ser comparadas a um barco a vela: ele é o veículo que irá te levar ao seu porto seguro (nossa almejada Liberdade Financeira); enfrentando condições adversas de clima (tempestades, bonanças, períodos de mar parado e sem vento); para o qual você – como bom Capitão – deverá estar habilitado (lendo, informando-se, buscando conhecimento sempre) e atento às diversas ocorrências da viagem dentro da embarcação tais como: comportamento da tripulação, combustível, suprimentos, velocidade, rota e eventuais danos ao casco.
Barcos a vela costumam ser feitos de madeira, e mesmo com todo o cuidado na sua confecção utilizando madeira imunizada e tinta náutica, todo barco está sujeito à ação do tempo e de agentes externos. E basta um pequeno buraco para que o mesmo comece a afundar. Buracos podem ser causados por rombos (impactos contra rochas, piers ou objetos no mar ) ou cupins (que comem a madeira de dentro pra fora).
Em um Orçamento Doméstico é comum muitas famílias terem rombos (gastos que saltam aos olhos, e são fáceis de perceber) e cupins (pequenos gastos que vão se acumulando com o tempo e gerando danos irreparáveis depois de alguns anos).
Exemplos de Rombos:
- Compras por impulso / não planejadas;
- Excesso de compras parceladas;
- Excesso de carnês / contas a pagar;
- Juros pagos a bancos e financeiras, etc.
Exemplos de Cupins:
- Gastos altos e recorrentes com lazer, jantares fora, delivery;
- Gastos altos com vestuário e acessórios;
- Lazer sempre acima das possibilidades reais da família;
- Moradia em padrão acima das possibilidades reais da família, etc.
Vamos ilustrar melhor tomando por exemplo um orçamento doméstico de uma família que eu atendi um dia desses :
Repare que esta é uma família que gasta mais do que ganha. Nitidamente, compras parceladas e juros pagos ao banco pelo uso contínuo do cartão de crédito e do cheque especial em aberto consomem boa parte dos recursos da família (isso é um rombo, que precisa ser tapado rapidamente).
Por outro lado, uma análise detalhada do orçamento revela pontos importantes que podem estar afundando o barco desta família aos poucos, como os cupins:
- o custo de moradia consome 30% dos recursos da casa (R$ 1.200, de despesas em relação a R$ 4.000, de receitas). O ideal é que não passe de 25%. Quando isso ocorre, é bom reavaliar se o imóvel, no bairro escolhido, não foi um passo dado ‘maior do que a perna’;
- o automóvel sozinho consome 25% das finanças da família (R$ 1.000, de despesas em relação a R$ 4.000, de receitas). Será que comprá-lo parceladamente foi uma sábia decisão? Será que se usarmos transporte público no dia-a-dia, táxi em ocasiões especiais, e aluguel de carro nos feriados não sairia mais em conta no final de um ano? ;
- compras parceladas respondem por 11% do orçamento. Parcelas leves, para pagar em várias vezes, não doem no ato da compra; mas quando uma vai se sobrepondo a outra o compromisso a pagar no final do mês pode ser muito alto. Solução? Não se paga o total da fatura do cartão e vai se aumentando o valor da dívida com juros. O banco agradece.
Por fim, é uma família que se diverte pouco (gastam em média R$ 50,oo/mês em entretenimento). Isso porque com tantos rombos, sobra pouco para poder ter um tempo de lazer e qualidade. O que vai levando todos na casa à uma espiral de desânimo, que pode levar a depressão e consequências mais sérias (conforme abordamos no artigo de 18/09/2018).
Solução? Em situações drásticas, medidas drásticas! Algo tem que ser feito, e não adianta ficar pedindo a Deus que faça algo sobrenatural na vida de vocês enquanto que um movimento natural (adequar-se) é preciso ser feito. Muitas das vezes o melhor remédio é aquele que é mais amargo. É a vida.
Na semana que vem vamos voltar a essa mesma família e analisar as melhores soluções possíveis para esse caso. Tenho certeza de que você não vai querer perder por nada!
Por hoje é isso. Contem comigo! Estarei toda semana por aqui.
Lembrando que, caso você tenha alguma questão ou dúvida relacionada a Finanças Pessoais, envie-a para redacao@plenonews.com.br e eu terei o maior prazer em responder e tentar lhe ajudar.
Forte abraço, até o próximo capítulo, sucesso, e fiquem em Paz!
Anderson de Alcantara é profissional do mercado financeiro há 29 anos, atua como Consultor Financeiro na Sukses Consulting Advisory e é Professor Titular do Ministério Videira – Educação Financeira à luz da Bíblia. |